Governo do DF interdita clínica após incêndio: unidade operava clandestinamente

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Incêndio em clínica: governo do DF interdita outra unidade da mesma rede; espaços eram ‘vizinhos’

Segundo o DF Legal, responsável pela fiscalização, há ao menos três clínicas operando com o mesmo nome. O espaço que pegou fogo atuava de forma clandestina, sem qualquer registro.

O DF Legal, órgão fiscalizador do Distrito Federal, interditou nesta segunda-feira (1º), uma segunda unidade do Instituto Terapêutico Liberte-se, também localizada no Paranoá.

O local agora interditado fica a 50 metros da unidade onde um incêndio deixou cinco mortos e 11 feridos neste domingo (31).

O estabelecimento funcionava como uma casa de recuperação para dependentes clínicos. Segundo o DF Legal, essa unidade também irregular e com o alvará da Vigilância Sanitária vencido.

Ainda segundo o DF Legal, existem três unidades do Instituto Terapêutico Liberte-se ativas em Brasília.

– No Lago Oeste, endereço: Rua 18, Núcleo Rural Lago Oeste – que funciona de forma regular;
– No Paranoá, endereço: Núcleo Rural Colombo Cerqueira, Chácara 470 — interditada nesta segunda;
– No Paranoá, endereço: Núcleo Rural Colombo Cerqueira, Chácara 420 — unidade que pegou fogo e atuava de forma clandestina.

Após o incêndio que deixou cinco mortos e 11 feridos na clínica, o DF legal fiscalizou as unidades do estabelecimento. As duas unidades do Paranoá estavam operando de forma irregular.

> “A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma, um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal.

Bombeiros combatem incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá.

Incêndio deixa cinco mortos

Um incêndio no local deixou 5 mortos e 11 feridos na madrugada deste domingo (31). O fogo começou na sede do instituto, onde estavam cerca de 20 internos. Outros 26 estavam em dormitórios do lado de fora e conseguiram ser salvos.

Na sede da clínica, foram localizados cinco corpos carbonizados de homens. O local estava trancado e com grades nas portas e janelas, o que dificultou a saída dos pacientes. Outras 11 pessoas, com idades entre 21 e 55 anos, ficaram feridas, apresentando queimaduras e intoxicação por fumaça. Elas foram retiradas durante o combate ao fogo e encaminhadas a hospitais do DF. A 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, investiga o caso e apura as causas do incêndio. Informações preliminares reveladas pelo delegado Hugo Maldonado, de acordo com relato de internos, estudam a possibilidade de um carregador de celular na tomada ter iniciado as chamas.

Em nota, o Instituto Terapêutico Liberta-se lamentou o ocorrido e afirmou que está à disposição para “esclarecer as circunstâncias do ocorrido”.

Clínica clandestina

De acordo com o delegado Hugo Maldonado, da 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá, a clínica que pegou fogo operava de forma clandestina e não tinha condições de receber pacientes.

Para obter o alvará de funcionamento, um estabelecimento precisa conter uma série de documentos comprobatórios que atestem sua segurança e operacionalidade. O instituto também não tinha liberação de funcionamento expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). A corporação afirmou que não há histórico de vistorias realizadas no local.

A Secretaria de Saúde também negou a existência de autorização sanitária para funcionamento. Já a unidade interditada nesta segunda-feira (31) tinha autorização de funcionamento pelos órgãos distritais até o último mês de julho – quando o laudo sanitário venceu e um novo não foi solicitado.

O QUE DIZ O INSTITUTO TERAPÊUTICO LIBERTE-SE

“A direção do Instituto Terapêutico Liberte-se lamenta profundamente o trágico incêndio ocorrido em nossas dependências na madrugada deste domingo (31), que resultou em perdas irreparáveis. Manifestamos nossa solidariedade e consternação às famílias e amigos das vítimas, compartilhando a dor deste momento de imensa tristeza.

Informamos que já estamos em contato com as autoridades competentes e colocamo-nos inteiramente à disposição para colaborar com as investigações, fornecendo todas as informações necessárias para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e com a apuração rigorosa dos fatos.”

O QUE DIZ O CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DF

“Após consultarmos a Diretoria de Vistoria (DIVIS), setor responsável por vistorias e fiscalização, verificamos que para o referido estabelecimento não há histórico de vistorias realizadas por este CBMDF. Os estabelecimentos são vistoriados pelo CBMDF como parte do processo de liberação da licença de funcionamento ou como resposta a denúncias de supostas irregularidades.”

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