Recentemente, o governo do Rio de Janeiro anunciou a possibilidade de reduzir as passagens de metrô e trem para R$ 4,70, mesmo enfrentando um déficit de R$ 14,6 bilhões este ano. A medida, que custaria aos cofres públicos cerca de R$ 300 milhões em 2025 e R$ 500 milhões em 2026, tem o objetivo de atrair mais passageiros para os transportes sobre trilhos, aumentando a oferta de serviços e reduzindo a quantidade de veículos nas ruas. Com a diminuição das tarifas, estima-se um aumento de 500 mil passageiros por dia nos trens e metrôs, contribuindo para a melhoria da mobilidade urbana no estado.
A implementação do projeto depende da assinatura de um decreto pelo governador Cláudio Castro e a utilização de recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP). Especialistas apontam desafios e sugerem alternativas para garantir a viabilidade da Tarifa RJ. O vice-presidente da Comissão de Tributação, Controle de Arrecadação Estadual e de Fiscalização dos Tributos Estaduais, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, destaca a importância de encontrar soluções que considerem o déficit orçamentário do estado, buscando formas de subsidiar o transporte público de forma sustentável.
Entre as propostas em discussão está a licitação da operação dos trens, seguindo o modelo adotado para as barcas, o que permitiria ao estado definir a tarifa de acordo com a demanda e os custos operacionais. No entanto, no caso do metrô, que opera sob concessão, seria necessário um subsídio adicional para viabilizar a redução do preço da passagem. O economista André Luiz Marques ressalta a importância de equilibrar as receitas e despesas a longo prazo, evitando impactos negativos no orçamento estadual.
Em paralelo, a qualidade dos serviços de transporte público é uma preocupação constante para os usuários, que enfrentam problemas como superlotação, falta de conforto e baixa integração entre os modais. Pesquisas indicam que a mobilidade urbana no Rio de Janeiro é mal avaliada pelos passageiros, com reclamações sobre a qualidade do serviço prestado e o valor das passagens. Para resolver essas questões, o governo pretende adquirir novas composições de trens e metrô, visando melhorar a experiência do passageiro e evitar possíveis problemas de superlotação com a redução das tarifas.
O MetrôRio destaca a importância de políticas públicas que permitam o acesso de toda a população aos transportes sobre trilhos, garantindo uma tarifa social para aqueles com renda mensal inferior a R$ 3,2 mil. Enquanto isso, em Niterói, a redução da tarifa das barcas impactou positivamente o trânsito, reduzindo o número de veículos nas ruas e aumentando a demanda pelo transporte aquaviário. Com essas medidas, o governo busca promover uma mobilidade urbana mais acessível, eficiente e sustentável para os cidadãos do Rio de Janeiro.
