Após megaoperação, governo do RJ planeja fazer nova incursão no Alemão ainda este ano
Outras 5 comunidades estão na lista das favelas com operações policiais programadas pelo governo do estado. Segundo o jornal O Globo, são elas: Rocinha, Cidade de Deus, Complexo de Israel e Maré.
O governo do RJ pretende voltar aos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, onde há 10 dias, uma megaoperação deixou 121 pessoas mortas. O DE apurou que o Palácio Guanabara está planejando uma nova incursão nessas comunidades antes do fim do ano. De acordo com o jornal O Globo, há mais 10 operações programadas semelhantes à ação realizada nos complexos do Alemão e da Penha. Na lista de novas megaoperações, estariam favelas com grande poder de resistência, como a Rocinha, a Cidade de Deus, o Complexo da Maré e o Complexo de Israel — que inclui Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta. Essas ações já teriam autorização judicial.
Segundo autoridades de segurança, as operações que visam atacar a estrutura financeira das quadrilhas, inclusive contra empresas usadas para lavar dinheiro. Ainda segundo o governo, ações serão voltadas para a região de Jacarepaguá, uma das que mais sofreram com a expansão do Comando Vermelho e considerada prioritária no plano de retomada de territórios, previsto no pacote de exigências do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF das Favelas.
Nesta quarta (5) o ministro relator Alexandre de Moraes, do STF, recebeu movimentos sociais em Brasília para debater sobre as operações. Na terça, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, conversou com Moraes. Durante a tarde, Moraes determinou que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar o crime organizado no Rio de Janeiro. O objetivo, segundo ele, é apurar: esquemas de lavagem de dinheiro de facções e milícias; infiltração de organizações criminosas no poder público. A decisão foi comunicada na abertura de audiência pública sobre segurança no estado. O foco, segundo Moraes, será atingir a estrutura financeira das facções — etapa considerada essencial para reduzir a violência e retomar áreas dominadas por grupos criminosos.
A perícia dos corpos terminou no domingo (2). A Defensoria Pública do Estado afirma que não pôde acompanhar o trabalho de perícia, que daria mais transparência à investigação, e que não teve acesso a laudos e documentos. O Ministro Alexandre de Moraes determinou que o governo do Rio desse o acesso às informações sobre a megaoperação e a identificação dos mortos.
Entre os 117 considerados suspeitos mortos da operação, 61 são de fora do Rio de Janeiro. O Pará aparece com pelo menos 16 mortos, seguido pela Bahia, com 11; o Amazonas, com 8; Goiás, com 7; e pelo menos outros sete estados brasileiros. O relatório com o perfil dos envolvidos indica que dois eram menores de idade. O mais velho tinha 54 anos. A média de idade dos suspeitos girava entre 18 e 35 anos. A maioria possuía anotações criminais. Além disso, 30% desses homens foram registrados apenas pelas mães.




