Emendas: governo diz ter empenhado R$ 1,7 bi dos R$ 4,2 bi liberados
Seis ministérios foram contemplados com as emendas parlamentares, liberadas
novamente pelo ministro Dino no domingo (29/12)
A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo federal apontou que a
União já empenhou R$ 1,775 bilhão até o dia 23 deste mês em emendas de comissão, as chamadas RP8.
Segundo nota enviada pela Secretaria, esse montante está incluso na ordem de R$
4,234 bilhões, liberadas no domingo (29/12) pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Esses R$ 1,7 bilhões foram empregados da seguinte forma:
Ministério do Turismo: R$ 441 milhões
Ministério das Cidades: R$ 335,1 milhões
Ministério da Saúde: R$ 330,2 milhões
Ministério dos Esportes: R$ 307,9 milhões
Ministério da Integração: R$ 278,2 milhões
Ministério da Agricultura: R$ 83,2 milhões
Ao liberar o valor, Dino fez uma ressalva sobre a necessidade de transparência
no uso dos recursos e citou o inquérito policial federal determinado por ele
mesmo na última segunda-feira (23/12), falando da necessidade de investigação
ser “a cada dia mais nítida”.
A autorização do ministro serve até a terça-feira (31/12) para emendas da saúde
e permite até 10 de janeiro utilização de recursos já movimentados em fundos da
área.
No entanto, Dino manteve o bloqueio das 5.449 indicações de emendas de comissão
que não obedeceram as normas jurídicas. Elas somam R$ 4,2 bilhões, segundo dados
do Legislativo.
As emendas parlamentares são previstas na Constituição e viraram uma forma de
deputados e senadores participarem da execução orçamentária, com recursos para
obras e investimentos em suas bases eleitorais.
AGU ORIENTA CONTRA PAGAMENTO
A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ao STF um parecer com orientação contrária ao pagamento dos R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.
“Não obstante a dúvida razoável, mostra-se, neste momento, prudente adotar-se a
interpretação mais segura da decisão, no sentido de que, ao menos até ulterior
esclarecimento judicial, não estão ressalvados os empenhos das emendas de
comissão objeto do Ofício n. 1.4335.458/2024, ainda que anteriores a 23/12/2024
e ainda que em destinados à Saúde”, diz o texto da AGU.
A AGU orientou pelo bloqueio das emendas que não atendem aos requisitos de
transparência previstos em lei.
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