O governo federal corrigiu um documento oficial entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a data em que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi informado sobre o colapso do fornecimento de oxigênio em Manaus (AM).
O documento inicial informava que o ministro tomou conhecimento do problema no dia 8 de janeiro, por um e-mail da White Martins, empresa responsável pelo abastecimento de oxigênio nos hospitais da cidade. O próprio ministro confirmou a data em uma entrevista, no dia 18 de janeiro.
No fim de semana, tornou-se público um depoimento de Pazuello à Polícia Federal no inquérito que investiga se houve omissão do ministro no combate à pandemia no Amazonas. Nesse depoimento, Pazuello apresentou uma nova data: afirmou que só tomou conhecimento do colapso no dia 10 de janeiro. E que o Ministério da Saúde nunca recebeu oficialmente o e-mail mencionado, nem nunca teve contatos informais com a empresa.
No entanto, em ofício entregue neste domingo ao STF, assinado pelo secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, o Ministério da Saúde afirma que o e-mail da White Martins chegou, sim, à pasta, mas no dia 17 de janeiro.
O colapso no fornecimento de oxigênio em Manaus gerou recorde de sepultamentos diários, e houve fila de carros funerários na porta dos cemitérios. Familiares de pacientes internados com Covid-19 precisaram comprar, por conta própria, respiradores para os entes. O governo do Amazonas também precisou transferir pacientes para outras unidades da federação, inclusive para Goiás.