Haddad diz que corte de gastos de 2024 conteve R$ 30 bi no Orçamento
Medidas de corte de gastos públicos foram apresentadas pelo governo Lula no fim de 2024 e devem gerar economia de R$ 30 bi em 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (4/2) que as medidas apresentadas pelo governo e aprovadas pelo Congresso Nacional em 2024 foram capazes de conter R$ 30 bilhões do Orçamento de 2025.
“Ao contrário do que foi veiculado, as medidas que foram aprovadas pelo Congresso o ano passado representaram realmente uma contenção da ordem de R$ 30 bilhões, R$ 15 bilhões que deveriam ser somados ao Orçamento e R$ 15 bilhões que vão ser substituídos, eventualmente, por outras pressões que se mostrarem ao longo do ano”, disse o ministro a jornalistas, após uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele resumiu: “Então, teve uma acomodação da ordem de R$ 30 bilhões, [com] as medidas tomadas o ano passado, conforme nós viemos defendendo. Isso foi constatado, inclusive, por técnicos lá do relator do orçamento, que essa acomodação se tornou possível graças ao apoio do Congresso Nacional”.
ENTENDA
* Sob pressão para revisar gastos públicos, o governo Lula (PT) apresentou, já no fim de 2024, algumas medidas de corte de despesas. A estimativa era de economizar de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026.
* A “tesourada” se fez necessária para que as despesas obrigatórias caibam no novo arcabouço fiscal (a regra de controle dos gastos públicos).
* Segundo Haddad, as projeções da equipe econômica foram confirmadas e essas medidas foram capazes de conter R$ 30 bilhões em 2025.
* Desses R$ 30 bilhões, metade (R$ 15 bilhões) será economia para os cofres público e a outra metade vai servir para tapar novas pressões de gastos.
* O Orçamento de 2025 ainda não foi aprovado pelo Congresso, que só deverá votá-lo após o Carnaval. O texto deverá ser reajustado para incluir essas medidas.
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Entre as medidas que foram aprovadas, está a nova regra de crescimento real do salário mínimo, acima da inflação, com base no PIB de dois anos, mas dentro dos limites do arcabouço, de 2,5% ao ano.
Haddad ainda informou nesta terça que sua equipe já está em contato com o relator do Orçamento, senador Angelo Coronel (PSD-BA), para indicar de onde não vai precisar recurso novo e onde será possível remanejar verba.
“É mais ou menos meio a meio, R$ 15 bi de recurso novo que seria necessário vai deixar de ser e abre espaço de outros R$ 15 bi em rubricas para acomodar eventuais pressões de outros programas”, explicou.