Governo Lula propõe distribuir voucher de R$ 5 mil para famílias desabrigadas no RS

Governo Lula propõe distribuir voucher de R$ 5 mil para famílias desabrigadas no RS (Ricardo Stuckert - Divulgação/PR)

A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), está finalizando o projeto de um auxílio destinado às famílias desabrigadas no Rio Grande do Sul, com o objetivo de ajudá-las a reconstruir suas casas. O auxílio será concedido por meio de um voucher no valor de R$ 5 mil por família, que poderá ser utilizado para adquirir materiais de construção, eletrodomésticos e móveis, sem restrições.

A proposta será apresentada ao presidente Lula em breve para aprovação. A equipe econômica do ministério considerou a possibilidade de disponibilizar linhas de crédito com juros baixos ou até mesmo zero, inicialmente, mas optou por conceder o benefício diretamente às famílias desabrigadas, cobrindo eventuais calotes aos bancos.

O objetivo é facilitar o acesso dos beneficiários aos recursos, sem a necessidade de burocracia para a concessão de empréstimos. Além disso, o governo busca evitar possíveis altas nos preços de materiais de construção e utensílios para casa, buscando um acordo com a indústria e o comércio.

A equipe de Haddad acredita que essa medida trará alívio financeiro e ajudará as famílias a se recuperarem economicamente após as enchentes.

Enchente no Rio Grande do Sul 

O Rio Grande do Sul está enfrentando uma situação de extrema gravidade devido às enchentes que assolam o estado desde o final de abril. Até o momento, já foram registradas 147 vítimas fatais, 127 desaparecidos e 806 feridos. O número de desabrigados já ultrapassa os 619 mil, com cerca de 81 mil pessoas alojadas em abrigos e 538 mil desalojadas, buscando abrigo na casa de amigos e parentes.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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