Governo não teria aceitado oferta de 1,5 milhão de vacinas em 2020, afirma Pfizer

Durante seu depoimento na CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou que o governo brasileiro não respondeu, entre agosto e setembro do ano passado, ofertas de contratos que previam a entrega de 1,5 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 ainda em 2020.

“Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou”, informou Murillo.

De acordo com Murillo, a empresa apresentou, em agosto, três propostas ao governo que não respondeu. As três previam um contrato com 30 milhões de doses ou 70 milhões de doses. Em todas as ofertas, o preço da dose era de US$ 10.

O contrato com a Pfizer apenas foi fechado em 19 de março, quando o Brasil estava no auge da pandemia, o sistema de saúde em colapso e a vacinação em ritmo lento. As primeiras doses da vacina apenas chegaram nos últimos dias do mês de abril.

Carlos Murillo também confirmou que, em setembro do ano passo, foi enviado carta ao Executivo brasileiro. O documento apenas foi respondido dois meses depois sendo enviadas a autoridades como o presidente Bolsonaro e o Ministro da Saúde naquele momento, Eduardo Pazuello.

Os senadores avaliam que, se o governo tivesse adquirido a vacina ainda no ano passado, a imunização contra a Covid-19 no Brasil estaria acelerada já que a vacinação começou apenas em janeiro de 2021 com doses da CoronaVac. Na época, havia poucas doses e isso impossibilitou a vacinação de grupos grandes.

Pfizer, junto a BioNTech, foi uma das primeiras empresas a apresentar vacinas contra o novo coronavírus. A vacina do laboratório é a única com aprovação na Anvisa.

 

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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