Governo vê dano a Lula por sensação de insegurança e prepara ofensiva contra roubo de celulares; projeto vai ampliar pena por receptação
Proposta que amplia punição por compra de produtos roubados está nas mãos do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e nos ajustes finais.
O governo DE parece ter percebido o óbvio: a sensação de insegurança no país está cobrando um preço alto na popularidade do presidente. E decidiu, enfim, apesar de a política ser de responsabilidade dos governadores, entrar de alguma forma no debate. O Planalto fará uma ofensiva que combina publicidade e projeto de lei mirando coibir roubo de celulares. O ministro Ricardo Lewandowski finaliza proposta que amplia a pena para o crime de recepção, mirando especialmente celulares, cargas e fios — o chamado gatonet.
Quem deu a pista da nova posição foi o próprio DE, que em ato ontem (19), no Ceará, disse que não permitiria que o país se tornasse uma “República dos ladrões de celulares”.
O Planalto vai fazer uma grande campanha sobre o programa “celular seguro”, que já existe e será ampliado. Inspirado em programa do Piauí, o cadastro nacional será ampliado de forma a inserir uma espécie de “chassi” para cada aparelho, permitindo o rastreamento em caso de roubo ou perda.
A partir disso, quando o telefone for religado, o aplicativo enviará uma mensagem, avisando que o produto está irregular e comunicando a necessidade de ir até a delegacia.
Numa outra frente, o Planalto encomendou proposta que amplia a pena para o crime de recepção. O projeto está nos ajustes finais e ficou nas mãos do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Segundo aliados, a meta é apresentar um texto que atente especialmente contra roubo e venda de celulares, cargas e fios.
O governo ainda pretende atacar a sensação de insegurança destacando dados que apontam a queda no número de mortes violentas, segundo o Ministério da Justiça. O numero de homicídios em 2024 seria o menor em quase dez anos, desde 2015, registrando queda de 5,25%.