Governo realiza audiência pública para discutir criação de Plano Estadual para Refugiados, Migrantes e Apátridas

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) promove, na sexta-feira (19/01), às 9h30, uma audiência pública para fomentar a criação do 1º Plano Estadual de Políticas Públicas para Refugiados, Migrantes e Apátridas de Goiás (apátridas são pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país).

O encontro é uma ação do Goiás Social e será realizado na sede da secretaria, na Praça Cívica, com participação de representantes da sociedade civil e de entidades como a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), a Defensoria Pública do Estado de Goiás, a Universidade Federal de Goiás (UFG), entre outras.

Goiás será o terceiro estado do Brasil a ter um plano voltado para refugiados, migrantes e apátridas. Apenas Rio Grande do Norte e Minas Gerais atualmente possuem iniciativas voltadas a estes públicos no âmbito estadual. Os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Juiz de Fora também formalizaram o debate sobre esta pauta.

Além de propor diretrizes, a ideia é que sejam definidas as primeiras recomendações para políticas públicas no âmbito estadual. “Integrá-los em nosso meio contribui para o crescimento econômico e fortalece os laços globais, fomentando a compreensão entre as nações”, destaca o titular da Seds, Wellington Matos.

Em parceria com a Seds, o Comitê Intersetorial de Política Estadual para Migração e Vítimas de Tráfico de Pessoas no Estado de Goiás (Comitrate) também participa das tratativas do plano. Além de garantir a promoção dos direitos da população refugiada, migrante e apátrida residente no território goiano, a formalização de um plano estadual é importante por definir claramente qual o papel do governo estadual e dos outros entes envolvidos na construção e realização de políticas públicas.

A audiência pública é a primeira parte do processo de discussão do plano estadual. O cronograma prevê a realização de consultas públicas, conferências, criação de conselhos e comitês, orçamento participativo, plebiscitos, referendos e formação de grupos de trabalho ou comitês temáticos.

Segundo o Observatório das Migrações da Universidade de Campinas (Unicamp), em 2023, Goiás possuía 19.748 imigrantes. A maioria é formada por venezuelanos (19,5%), seguido de haitianos (18,2%) e colombianos (9,5%). Ainda segundo o levantamento da universidade paulista, Goiânia é o município que mais recebeu imigrantes em 2023, com 40% do total. A lista segue com Anápolis em segundo lugar (13,4%) e Aparecida de Goiânia na sequência (10%).

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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