O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, informou nesta semana que a projeção anual para o Índice de Preço do Consumidor (INPC) desde ano subiu para 9,1%. O antigo valor atingia a marca de 8,4%.
O INPC é a base da correção anual do salário mínimo do governo. Se esse aumento previsto se confirmar e não houver ajuste no cálculo, o reajuste do salário mínimo em 2022 também será maior que o estimado anteriormente.
Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.100. Com a nova previsão, o valor subiria para R$ 1.200 no próximo ano. Esse valor está R$ 31 acima da última proposta oficial do governo para 2022, que tinha como valor R$ 1.169.
Segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário serve como base para 50 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Sem aumento real
Na proposta enviada pelo governo ao Congresso sobre o orçamento de 2022, está prevista a correção do salário mínimo apenas pela inflação, com base na estimativa do INPC. Se isso for cumprido, não haverá ”ganho real”, ou seja, o poder de compra de quem recebe salário mínimo continuará o mesmo.
A política de reajustes pela inflação e variação do Produto Interno Bruto (PIB) vigorou de 2011 a 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.
Ao conceder um reajuste maior ao salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários não podem ser menores que o valor mínimo.
De acordo com cálculos, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo, cria-se uma despesa em 2021 de aproximadamente R$ 355 milhões. Deste modo, caso haja um reajuste de R$ 31 a mais no orçamento, custaria cerca de R$ 11 bilhões adicionais.