O governo de Donald Trump está adotando uma abordagem estruturada para negociações comerciais com cerca de 18 países nos próximos dois meses, utilizando um novo modelo preparado pelo escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês). A ideia por trás desse plano é agilizar as negociações sobre as chamadas tarifas recíprocas, cobrindo diversas categorias amplas, como tarifas e cotas, barreiras não tarifárias, comércio digital, regras de origem de produtos e questões econômicas e de segurança.
Segundo fontes, as negociações serão conduzidas em ciclos de três semanas, com seis países discutindo as questões a cada semana, seguindo um cronograma que se repetirá até o prazo autoimposto de 8 de julho. Caso os países não cheguem a acordos até essa data, tarifas recíprocas serão aplicadas, a menos que o presidente Trump decida prorrogar a pausa de 90 dias. Uma porta-voz do USTR afirmou que a entidade está trabalhando sob uma estrutura organizada e avançando rapidamente com parceiros comerciais dispostos, deixando claro os objetivos dos EUA.
Alguns países, como México, Canadá e China, possivelmente seguirão caminhos de negociação diferentes devido a acordos ou tarifas já vigentes. Em especial, a China foi alvo de tarifas adicionais de 145% e, apesar das alegações de Trump sobre manter contato diário com Pequim, autoridades chinesas negaram negociações substanciais até o momento. Enquanto isso, a União Europeia e outros parceiros comerciais estão buscando estabelecer seus próprios parâmetros para as conversas, com a UE deixando claro que não negociará mudanças em seu sistema de imposto sobre valor agregado ou subsídios agrícolas.
O Reino Unido, por sua vez, buscou evitar qualquer alteração em suas normas de segurança alimentar ou automotiva, afirmando que essas são decisões de seu governo. A China, segundo um economista, está agindo de forma mais rígida em relação à guerra tarifária, o que reflete nas negociações em andamento. Com esse cenário global em movimento, as negociações comerciais sob a administração Trump continuam a evoluir, com desdobramentos que impactam não apenas os EUA, mas também seus principais parceiros comerciais ao redor do mundo.