Durante uma entrevista coletiva no Planalto, Gleisi Hoffmann revelou que o Ministério da Justiça identificou quatro pontos de preocupação na nova versão do projeto antifacção. Esses pontos, segundo ela, podem comprometer a eficácia da lei. A ministra destacou a importância de negociar com o Congresso para aprimorar o relatório.
Gleisi explicou que as principais preocupações estão relacionadas ao tipo penal, às organizações criminosas, à captura de bens e à descapitalização da Polícia Federal. Ela ressaltou a necessidade de recursos para as operações da PF e defendeu que os quatro pontos levantados são fundamentais e não podem ser negociados. A ministra sugeriu que mais tempo é necessário para discutir o relatório, visando aperfeiçoar a proposta.
Apesar da complexidade do tema, Gleisi mencionou que haverá conversas com Hugo Motta, caso ele insista em pautar o projeto no mesmo dia. Porém, ela destacou que a fragilização da Polícia Federal não será aceita e que o governo está estudando estratégias para garantir que os pontos de preocupação sejam revistos. A ministra enfatizou que qualquer alteração nos pontos mencionados representaria um avanço no projeto.
O Planalto mobilizou ministros e partidos aliados para contrapor o relatório de Derrite, especialmente em relação às restrições impostas à atuação da PF em investigações. Autoridades como Fernando Haddad, Andrei Rodrigues e Ricardo Lewandowski se manifestaram publicamente sobre o tema. Além disso, o governo contou com o apoio de influenciadores e partidos de esquerda para reforçar a posição contrária ao relatório.
Os impactos do relatório foram acompanhados desde uma operação no Rio, que resultou em um alto número de mortes. A Secom criou um grupo para monitorar o tema, permitindo uma pronta resposta nas redes sociais governistas. O governo tem buscado criar uma discussão orgânica sobre o assunto, sem recorrer a conteúdos patrocinados.
Gleisi também abordou a sanção do projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais. Lula pretende realizar a sanção com a presença de parlamentares, o que pode ocorrer até o final de novembro. A ministra ressaltou a importância da participação do Parlamento na cerimônia de sanção, em agradecimento pela aprovação da lei.




