Grafiteiras ganham destaque no ‘Belo Horizonte’ e mudam a paisagem urbana da cidade, transformando os espaços públicos em galerias a céu aberto. Coletivos e artistas individuais, incluindo mulheres, utilizam a arte de rua não só para expressar sua criatividade, mas também para democratizar o acesso à cultura e questionar a ocupação dos ambientes urbanos. As mulheres estão conquistando mais espaço no grafite, trazendo cores, personagens e mensagens inspiradoras para as ruas de Belo Horizonte, antes predominantemente dominadas por artistas do sexo masculino.
Criola, uma multiartista, iniciou sua jornada em 2012, transformando as ruas em uma plataforma de comunicação e expressão artística. Ela acredita no poder do espaço público como um canal eficaz para se conectar com a população e levar a arte para além dos museus, alcançando um público mais amplo. Segundo Criola, a arte urbana e o grafite têm o poder de impactar as pessoas de maneira significativa, proporcionando novas perspectivas e experiências.
Além de embelezar as paredes de concreto, a arte de rua desempenha um papel fundamental na democratização cultural, proporcionando acesso a manifestações artísticas de forma acessível e relevante para a comunidade. O coletivo Minas de Minas, formado por quatro grafiteiras de Belo Horizonte, exemplifica a presença feminina marcante nesse cenário artístico, unindo forças para superar desafios e criar obras de grande impacto, como uma empena que alcançou quase 70 metros de altura.
Artistas como Maria Raquel Alves Couto, também conhecida como Raquel Bolinho, têm suas obras autorais espalhadas pelas ruas de Belo Horizonte, trazendo uma mistura única de grafite e confeitaria em suas criações. Apesar dos avanços e conquistas, as grafiteiras ainda enfrentam obstáculos e resistência na prática de sua arte nas ruas, destacando a importância de promover a segurança e o reconhecimento do trabalho feminino nesse cenário artístico.
Mesmo diante dos desafios, o impacto e a influência das mulheres no grafite já são visíveis nas ruas da cidade, contribuindo para a diversidade e a representatividade no cenário artístico urbano. Através de suas criações, as grafiteiras não só embelezam os espaços públicos, mas também promovem reflexões, inspiração e transformação na vida das pessoas, construindo um futuro mais inclusivo e criativo para a comunidade de Belo Horizonte e além. O Diário do Estado apoia e destaca o trabalho excepcional realizado pelas grafiteiras, que estão deixando sua marca e impactando positivamente a cidade através da arte de rua.