Grafiteiras transformam paisagem de Belo Horizonte com arte urbana

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Grafiteiras ganham espaço no ‘Belo Horizonte’ e transformam paisagem da cidade

Coletivos e artistas individuais usam a arte de rua para democratizar o acesso à cultura e questionar a ocupação dos espaços públicos. As mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço no grafite e modificando a paisagem urbana de Belo Horizonte com cores, personagens e mensagens. Em um cenário antes dominado por homens, elas ocupam os muros da cidade e transformam a arte de rua em instrumento de visibilidade e resistência. A multiartista Criola iniciou sua trajetória em 2012, ao decidir transformar a rua em uma galeria a céu aberto. Para ela, o espaço público é um canal potente de diálogo com a população.

“A arte urbana e grafite têm essa potência”, afirma Criola [https://s04.video.glbimg.com/x240/13735087.jpg]. Além de trazer cor e vida ao concreto, a arte de rua também cumpre o papel de democratizar o acesso à cultura, segundo a artista. Uma das iniciativas que marcam essa presença feminina é o coletivo Minas de Minas, fundado em 2012 por quatro grafiteiras de Belo Horizonte. Elas se uniram após compartilharem as dificuldades enfrentadas ao pintar nas ruas.

“O coletivo Minas de Minas é formado por quatro mulheres que são grafiteiras da cidade de BH. Ele foi formado em 2012 a partir de uma conversa. Falamos sobre nossas dificuldades, como era estar na rua pintando. E nessa conversa entendemos que a força de quatro mulheres era mais forte do que cada uma sozinha”, conta a grafiteira Carolina Jaued, conhecida como Krol. O grupo foi o primeiro coletivo de mulheres no Brasil a pintar uma empena — nome dado às laterais cegas dos prédios, sem janelas. A obra alcançou quase 70 metros de altura.

“Belo Horizonte também abriga obras autorais espalhadas pelas ruas que se tornaram conhecidas, como os ‘bolinhos’ da grafiteira Maria Raquel Alves Couto, a Raquel Bolinho. A personagem surgiu da união entre duas paixões da artista: o grafite e a confeitaria. Apesar dos avanços, elas ainda enfrentam obstáculos para exercer a arte nas ruas. Ainda há resistência e desvalorização do trabalho feito por mulheres no grafite, mas o impacto delas já é visível nas ruas.

“A arte tem essa potência de mudar a nossa história, de mudar a vida das pessoas e de criar um futuro melhor”, conclui Raquel Bolinho. Mesmo enfrentando desafios e resistência, as grafiteiras continuam deixando sua marca na cidade e transformando a paisagem de Belo Horizonte. O Diário do Estado registra essas mudanças e a importante contribuição das mulheres para a cena do grafite na capital.

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