Gravador usado em conversa com Temer está no exterior, diz advogado

O advogado do empresário Joesley Batista, Francisco Assis, disse que o gravador usado pelo empresário para registrar conversa com o presidente Michel Temer está fora do país e chegará nesta terça-feira (23), pela manhã. Assis afirmou que o equipamento será levado diretamente para a Polícia Federal (PF) assim que o material estiver no Brasil.

A PF solicitou, neste domingo (21), que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ou o próprio Joesley entregassem o equipamento. Com o gravador escondido, o empresário registrou a conversa com Temer no Palácio do Jaburu, em 7 de março deste ano. O áudio será periciado por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da defesa do presidente.

Em análise técnica preliminar, o Instituto Nacional de Criminalística apontou também que é fundamental ter acesso ao gravador. Segundo a PF, não há prazo para a conclusão da perícia, “especialmente diante da necessidade apontada de perícia também no equipamento”.

O áudio faz parte da delação premiada na operação Lava Jato de Joesley e do irmão dele, Wesley Batista, donos do frigorífico JBS, que resultou na abertura de inquérito para investigar o presidente, com autorização do STF. Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. Após fechar delação, Joesley se mudou para Nova York (EUA).

Pedido de perícia

No sábado (20), a defesa de Temer pediu ao STF que o áudio fosse periciado para saber se houve cortes e que o inquérito fosse suspenso até que saia o laudo definitivo sobre a gravação. No mesmo dia, o ministro relator da Lava Jato no Supremo, Luiz Edson Fachin, determinou que a PF faça a perícia e decidiu levar o pedido de suspensão de inquérito para análise no plenário da Corte – o que deve acontecer quarta-feira (24).

Segundo a PGR, no diálogo Temer dá anuência para que Joesley continue pagando uma mesada ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Lava Jato, para mantê-lo em silêncio. Na conversa, Joesley também conta para Temer que está “segurando” dois juízes e que tem um procurador passando informações sobre uma operação na qual uma empresa do grupo é investigada.

Nos pronunciamentos que fez após a divulgação do áudio, Temer afirmou que a gravação é “clandestina”, que foi manipulada e que não falou com Joesley de pagamento de mesada para Cunha. Também disse que não acreditou nas afirmações do empresário sobre as tentativas de influenciar nas investigações.

A PF afirmou que não participou da negociação da delação e nem da gravação. Disse ainda que só teve acesso aos áudios para realização da perícia neste domingo, após a determinação de Fachin. Os investigadores da PF só começaram a participar do caso a partir de 10 de abril, com a respectiva autorização de ações controladas, o que não incluiu a gravação de Temer, diz a nota.

Para a perícia do áudio, os advogados de Temer e a PGR apresentaram 31 quesitos que pedem para serem analisados na gravação. Entre eles estão se há edições no áudio e se a sequência das falas foi alterada.

Fonte: G1

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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