A ativista ambiental sueca Greta Thunberg foi deportada de Israel nesta terça-feira, 10, um dia após ter sido impedida, junto com outros ativistas pró-Palestina, de chegar à Faixa de Gaza por mar. A ação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores israelense.
Segundo o governo de Israel, Greta, de 22 anos, foi colocada em um voo com destino à França, de onde seguirá para a Suécia. A ativista participava de uma missão de ajuda humanitária que tentava romper o bloqueio naval imposto por Israel a Gaza, medida que tem recebido críticas da comunidade internacional especialmente após o endurecimento das restrições em março.
A embarcação, de bandeira britânica, levava uma carga simbólica de suprimentos, como arroz e fórmula para bebês, e pretendia chamar atenção para a crise humanitária na região, agravada por meses de conflito. O barco foi interceptado pela Marinha israelense na segunda-feira, 9, antes de chegar à costa de Gaza, e levado ao porto de Ashdod. Os 12 integrantes da tripulação foram detidos e levados ao aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv.
Três dos ativistas aceitaram a repatriação imediata, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, que, segundo o Itamaraty, já havia embarcado de volta ao Brasil. Outros oito, no entanto, decidiram contestar a ordem de deportação com apoio do grupo de direitos humanos Adalah. Eles permanecerão em um centro de detenção até a realização de uma audiência judicial, ainda sem data definida.
O governo israelense classificou a missão como uma ação midiática de apoio ao Hamas. Em comunicado, afirmou que os itens transportados serão encaminhados a Gaza por “meios humanitários legítimos”.
Israel também divulgou uma imagem de Greta Thunberg dentro do avião antes de seu embarque para Paris — gesto simbólico, já que a ativista evita voar como forma de protesto contra as emissões de carbono do setor aéreo. Um vídeo gravado antes da apreensão foi divulgado pelos organizadores da missão. Nele, Greta afirma que, se fosse detida, seria um caso de sequestro em águas internacionais.