Greve de servidores federais em Goiás deve ser “forte e breve”

Servidores técnico-administrativos de instituições federais de ensino superior em Goiás participam, com as demais categorias de servidores federais do estado, da greve geral convocada para esta quarta-feira (23) em todo o país para reivindicar do Governo Federal o reajuste salarial de 19,99%.

Após a paralisação nacional, funcionários da Universidade Federal de Goiás (UFG), do Instituto Federal de Goiás (IFG) e do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), se juntam a servidores de outros órgãos como Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Saúde, Transporte e Judiciário Federal. A assembleia para definir esta mobilização em Goiás será convocada para sexta-feira (25).

Para o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), Fernando Mota, a greve deve ser forte e breve. “No dia 24 vamos fazer uma avaliação da mobilização nacional e dia 25 a gente convoca a assembleia para decidir se a gente entra em greve, porque o nosso objetivo é causar impacto”.

Fernando está participando de uma série de reuniões com representantes de outras categorias para traçar as estratégias para a greve dos servidores públicos federais em Goiás.

Ele defende que a paralisação deve reunir servidores federais de todos os órgãos e que ela deve ser curta, uma vez que o prazo que o Governo Federal tem para conceder reajuste salarial sem infringir a legislação eleitoral termina dia 4 de abril. “A gente está no processo de mobilização da categoria, fazendo reuniões nos locais de trabalho para motivar e incentivar os colegas para que possamos fazer uma greve forte junto com outras categorias do serviço público federal em Goiás”.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp