Quarto dia de greve em São Luís: população tem gastos extras com transportes alternativos e enfrenta dificuldade para chegar ao trabalho
A volta dos transportes semiurbanos não foi suficiente para acabar com a preocupação e aflição dos 700 mil usuários dos transportes públicos urbanos, que diariamente devem cumprir com suas obrigações, como bater ponto no serviço, chegar cedo para fazer exames médicos e ir para escola ou faculdade.
A greve dos rodoviários em São Luís, que completou nesta quinta-feira (20) quatro dias, continua gerando vários transtornos para a população da capital. Dentre eles, quem depende do uso dos transportes coletivos precisa enfrentar a superlotação dos ônibus semiurbanos, a demora nas paradas e o atraso para chegar ao destino final.
Além desses transtornos, a falta dos coletivos urbanos também implica em gastos extras com meios de transportes alternativos, como vans, carros lotações e aplicativo de corrida, já que nem todos os ônibus em circulação fazem o mesmo percurso dentro dos bairros ou chegam ao destino desejado.
Os transportes semiurbanos, regulados pela Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), voltaram a circular na Grande Ilha após negociações do Governo do Estado com as concessionárias dos ônibus, nessa quarta-feira (19).
Apesar do acordo, a iniciativa não foi suficiente para acabar com a preocupação e aflição dos 700 mil usuários dos transportes públicos urbanos, que diariamente devem cumprir com suas obrigações, como bater ponto no serviço, chegar cedo para fazer exames médicos e ir para escola ou faculdade.
Em entrevista à TV Mirante, uma usuária do transporte coletivo pediu socorro ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide, para que resolvesse, o mais rápido possível, o fim da greve. Ela, que mora no bairro Anjo da Guarda, conta que pegou um carrinho para chegar na parada do Anel Viário, além de precisar andar mais 40 minutos para chegar ao trabalho.
Esse caso se repete para as pessoas que precisam ir ao hospital, como o caso do seu França, morador do Conjunto Roseana Sarney, em Paço do Lumiar. Ele conta que está a caminho de uma consulta marcada e reclama dos donos das empresas dos coletivos públicos.
A Prefeitura de São Luís começou a cadastrar usuários do transporte público para o uso de corridas por aplicativo pagas pelo município enquanto durar a greve dos rodoviários. O anúncio foi feito pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) na noite dessa quarta-feira (19).
Cada pessoa cadastrada terá direito a dois vouchers por dia, no valor de R$ 30 cada. Caso a corrida ultrapasse esse valor, o passageiro terá que pagar a diferença.
A medida busca amenizar os impactos da paralisação dos ônibus, que começou na última segunda-feira (17) e afeta cerca de 700 mil passageiros na Grande Ilha. As corridas devem ser liberadas a partir desta quinta-feira (20) e serão financiadas com o valor do subsídio que seria repassado para as empresas de transporte da capital. Entretanto, a Prefeitura ainda não explicou como isso será feito.
Por conta da alta demanda, o site da prefeitura apresenta instabilidade, o que dificulta o acesso dos usuários ao cadastro.
Para ter acesso ao benefício, o usuário deve preencher um cadastro no site da Prefeitura de São Luís, informando: Nome completo, CPF, Número de celular cadastrado no aplicativo de transporte, Código do cartão de transporte urbano.
Os vouchers serão disponibilizados exclusivamente para usuários do transporte público municipal de São Luís cadastrados no site da prefeitura e terão validade apenas dentro dos limites da capital.
Cada voucher poderá ser utilizado entre 5h e 23h59, priorizando períodos de maior demanda e regiões estratégicas, podendo haver ajustes em situações excepcionais previamente definidas pela administração em conjunto com as empresas credenciadas. Não será permitido acumular vouchers nem utilizar mais de um por corrida. Além disso, caso o valor do voucher não seja totalmente utilizado, o saldo remanescente não poderá ser transferido para corridas futuras.