Greve no transporte coletivo deve ser anunciada nesta terça-feira, 27

Greve no transporte coletivo deve ser anunciada nesta terça-feira, 27

Uma nova greve no transporte público deve ser anunciada nesta terça-feira, 27, pelo Sindicato dos Motoristas do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET). A categoria alega não concordar com o aumento de 7% para 8% no percentual do ajuste salarial, apresentada pelo Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo (Sindicoletivo-GO).

“Eu diria para você que a proposta foi até indigna para se fazer uma reflexão”, pontuou Carlos Santos, presidente do SET, ao Diário de Goiás.

Inicialmente, os motoristas pediam um aumento de 15% no valor, mas acabaram aceitando a redução para 11% proposta pelo procurador do MPT que tem intermediado a negociação. Outro benefício que os motoristas pedem é uma ajuda de custo no valor de R$ 300, proposta pelo procurador. “Dentre várias dificuldades que os motoristas enfrentam recentemente, as empresas retiravam a manobra [transporte] que trazia e levava os motoristas para a casa. Isso foi retirado em 2017 sem nenhum aviso. Fica a cargo do motorista fazer o seu transporte. Não recebemos um vale-transporte”, destacou. O presidente afirmou ainda que os trabalhadores estão recebem punições severas caso cheguem atrasados, podendo chegar até uma justa-causa em caso de rescisão de contrato.

Uma assembleia deve ser marcada pela categoria na próxima terça-feira, que deve funcionar como um “descargo de consciência’”. A proposta é que o sindicato aguarde um retorno de proposta até as 9h e, caso isso não aconteça, será dado um indicativo de greve. A decisão será anunciada pelo Ministério Público do Trabalho, que determinará a forma como a paralisação deve acontecer. A tendência é de que em 72 horas a operação do transporte coletivo seja iniciada.

Em nota, o Sindicoletivo-GO afirmou que “sempre esteve aberto para discussão e busca do consenso e solução entre as partes”. Além disso, o sindicato confirmou que a proposta apresentada contempla o aumento real de 2,5%, além de oferecer, para setembro, mais uma reposição da inflação.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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