Grupamento Aquático de Piracicaba flagra mortes de peixes e poluição em rios da cidade durante operações em 3 meses

Em 3 meses de ações, grupamento aquático da DE de Piracicaba flagra mortes de peixes, poluição e vazamento de estação de esgoto

Atuação ainda ocorre apenas em meio de terrestre por falta de equipamentos náuticos.

1 de 2 Ronda do Patrulhamento Aquático da DE às margens dos rios Piracicaba e Corumbataí — Foto: Prefeitura de Piracicaba

Ronda do Patrulhamento Aquático da DE às margens dos rios Piracicaba e Corumbataí — Foto: Prefeitura de Piracicaba

O Grupamento Aquático da Guarda Civil Municipal (DE) de Piracicaba (SP) atendeu 18 ocorrências entre setembro, quando iniciou as operações, e novembro deste ano, nos rios que cortam a cidade. A atuação ainda ocorre apenas em meio de terrestre por falta de equipamentos náuticos.

Entre os flagrantes, estiveram mortes de peixes, lançamento de poluentes no corpo d’água e vazamento de esgoto de estação de tratamento. As informações são da prefeitura.

O grupamento foi criado para intensificar o monitoramento dos corpos d’água da cidade após a tragédia ambiental que matou 235 mil peixes no Rio Piracicaba e chegou à área de proteção ambiental (APA) do Tanquã, considerada um santuário de animais.

A equipe é formada por quatro guardas civis, que contam com uma viatura (automóvel) e um barco com motor. Segundo a corporação, novos equipamentos estão em fase de aquisição.

> “A fiscalização somente terrestre é em função da falta de equipamentos
> náuticos, que estão em fase de orçamento de compras”, acrescentou a Guarda.

Foram sete ocorrências atendidas pela equipe em setembro, outros sete em outubro e quatro em novembro. Confira a seguir os detalhes dos casos:

2 de 2 Guarda do grupamento aquático em ação às margens de rio — Foto: Prefeitura de Piracicaba

Guarda do grupamento aquático em ação às margens de rio — Foto: Prefeitura de Piracicaba

8 de setembro

Constatação de peixes mortos e outros agonizando no local conhecido como “Poção da Nova”. O caso foi informado aos órgãos competentes, segundo a GCM.

30 de setembro

Denúncia de que haviam peixes mortos e agonizando no Rio Corumbataí, na altura da ponte de Santa Terezinha. Não foram encontrados peixes mortos, mas havia peixes agonizando. O local foi monitorado todo o dia e, após as 12h, não havia mais peixes agonizando, informou o grupamento.

1º de outubro

Após solicitação do Ministério Público, a equipe esteve numa fazenda na área rural para averiguar derramamento de dejetos no leito do Rio Corumbataí. Foi constatado que a coloração do rio estava alterada e havia odor característico de vinhaça, resíduo derivado da produção de etanol que pode causar danos ambientais.

Foi solicitada a presença da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para coleta e análise de material.

17 de outubro

Também após ser acionada pelo Ministério Público, a equipe esteve em uma indústria para averiguar denúncia de descarte irregular de efluentes no Rio Corumbataí.

Segundo a Guarda, foi constatado o fato e que o licenciamento ambiental da empresa estava vencido. O fato foi levado à Cetesb e Ministério Público Ambiental.

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Escolas de Campinas implantarão protocolo antirracista em fevereiro: capacitação de equipes e combate às práticas racistas. Redução das diferenças de aprendizagem é o foco.

Escolas da rede municipal de Campinas vão implantar protocolo antirracista a partir de fevereiro

Conjunto de ações inclui capacitação de professores e funcionários de colégios para identificar e evitar ações racistas. O objetivo é reduzir as diferenças de aprendizagem, diz o secretário adjunto.

Escolas da rede municipal de Campinas vão implantar protocolo antirracista

A rede municipal de educação, que reúne 65 mil alunos, vai implantar um protocolo antirracista a partir do primeiro semestre letivo de 2025, que se inicia em fevereiro. A medida começa com a capacitação das equipes escolares (o que inclui professores) para reduzir, nelas, a reprodução de práticas racistas.

A formação ocorrerá por meio de palestras que abordam as relações étnico-raciais e a valorização das culturas.

A implantação do protocolo, que ainda está finalizado, foi incluída nas ações e entregas previstas para os 100 primeiros dias de governo do segundo mandato de Dário Saadi (Republicanos) na prefeitura.

> “O propósito final é a gente ter construído uma política de educação antirracista, que seria um conjunto de ações perenes que vão permanecer impactando no processo educacional”, explicou o secretário Adjunto de Educação de Campinas, Luiz Marighetti.

Marighetti afirma que o protocolo serve como uma cartilha que identifica e descreve o que são atos de racismo, além de apontar as ações que precisam ser realizadas do ponto de vista educacional. Como acontece o encaminhamento, a caracterização e se é necessário dar tratamento criminal ou não.

> “A gente pretende começar a discutir a questão da aprendizagem das crianças de forma um pouco mais concreta, olhando para a realidade de escola por escola. Nesta tarefa que a gente está envolvido agora porque o propósito final é que a gente construa uma escola para todos”, fala.

Escolas da rede municipal de Campinas vão implantar protocolo antirracista a partir de fevereiro. — Foto: Milton Michida/A2/Governo de São Paulo

TRABALHO MINUCIOSO NAS ESCOLAS

“Existe um movimento de segregação pedagógica que muitas vezes é desconhecido pelo professor. Isso não ocorre necessariamente porque o professor é racista, mas muitas vezes porque ele não reflete se esse processo pedagógico é adequado para essas crianças, considerando a sua origem social e as necessidades mais pessoais”, secretário adjunto.

Com o protocolo, a meta é avaliar cada escola e entender como funciona a “distinção pedagógica”, que “também não é igual, não existe um padrão”. Depende de uma série de aspectos específicos de escola e local onde está inserida, afirma o subsecretário.

> “Existe o aspecto de olhar para essa realidade um pouco mais pedagógica, que também deve passar por um movimento onde todas as escolas. Cada uma, vai ter que olhar para dentro de si”.

O PROTOCOLO

O documento faz parte de uma das etapas do desenvolvimento da chamada cultura antirracista nas escolas. A previsão da secretaria é que o protocolo seja publicado no início do período letivo.

Já a construção da cultura antirracista, que foi iniciada como política pública em 2023 com a criação de um grupo de estudo, seja realizado até o fim de 2026.

Segundo Marighetti, foram encontradas incoerências em relação aos dados de alunos matriculados no sistema de ensino municipal, além de lacunas de informações no que se refere à aprendizagem e à questão racial.

O grupo de estudo, que buscou entender o quadro do racismo dentro das escolas, se expandiu no ano seguinte com a criação de grupos de trabalho para ações de identificação do racismo tanto em situações cotidianas como em atos de discriminação.

Para Marighetti, é importante compreender e atacar não apenas o “racismo mais concreto”, mas entender e melhorar a forma como os alunos rendem dentro das 203 escolas da rede, além de outras com contrato de colaboração que chegam quase a 250 unidades administradas.

> “A gente quer entender por que as crianças negras são as que têm o menor rendimento. Esse é o foco principal”, conta.

Lei que equipara o crime de injúria racial a racismo entra em vigor

GRUPOS QUE SOFREM PRECONCEITO

As ações em desenvolvimento, segundo Marighetti, não buscam reduzir desigualdades apenas para crianças negras, mas alcançar outros grupos que sofrem preconceitos, como jovens indígenas e ciganos.

“Não adianta mais a gente não ter situação de injúria racial na escola, mas as crianças pretas continuarem não conseguindo se alfabetizar na idade correta. Ou os meninos negros, ao invés de levarem nove anos para concluir o ensino fundamental, levarem 13 anos”.

> “No final das contas, uma política antirracista é efetiva não só se você não tem mais ato de racismo concreto, vamos dizer assim, de injúria. Não, não é só isso. Precisa também que todas as crianças continuem a aprender”, finaliza.

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