Grupo suspeito de lavar R$ 100 milhões constrói edifícios em SC

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O grupo suspeito de lavar mais de R$ 100 milhões do crime em prédios construía uma série de edifícios ao mesmo tempo no litoral de Santa Catarina. Esse esquema movimentou um valor milionário em 2024 e, segundo a Receita Federal, “está em franco crescimento”. Os imóveis são construídos em Itapema, que possui o segundo metro quadrado mais caro do país, de acordo com o índice FipeZap.

Os traficantes investigados, que lideravam o grupo, passaram a construir vários edifícios simultaneamente, com imóveis de classe média localizados de frente para o mar em Itapema. A cidade é reconhecida por ter um mercado imobiliário valorizado e atrativo para investimentos desse tipo. Segundo a Receita Federal (RF), os investigados utilizavam a construção desses prédios como forma de lavar o dinheiro obtido de forma ilícita.

O líder do grupo teve US$ 3 milhões apreendidos no ano anterior, com malotes de dinheiro escondidos dentro de uma parede falsa em uma residência em Curitiba (PR). Inicialmente, o esquema utilizava a compra e venda de carros de luxo para lavagem de dinheiro, mas a partir de 2024 passou a investir na construção de imóveis por meio de uma construtora de pequeno porte.

Conforme informações do auditor-fiscal Sergio Savaris, o grupo construiu casas e diversos edifícios simultaneamente, sendo seis empreendimentos imobiliários no total. Dos empreendimentos, um já está concluído, outro está na fase inicial e os demais se encontram em etapas intermediárias. A Receita Federal destacou que os bens não foram bloqueados pela Justiça, mas poderão ser caso os impostos apurados não sejam pagos.

A RF informou que os valores do grupo foram bloqueados em conta corrente, ficando em torno de R$ 5 milhões. Inicialmente, a ação, chamada de Operação Forlands, tinha como objetivo interromper as práticas criminosas e descapitalizar a organização criminosa investigada. Os contribuintes envolvidos nesse esquema foram intimados a prestar esclarecimentos à Receita Federal, no intuito de apurar a origem ilícita dos recursos.

O esquema de lavagem de dinheiro no litoral de Santa Catarina consistia no uso do dinheiro ilícito para criar empresas de construção de prédios residenciais e comerciais. Posteriormente, as unidades eram vendidas para terceiros ou transferidas para laranjas, garantindo ao grupo a legalização do dinheiro obtido de forma criminosa. Além disso, veículos de luxo e caminhões foram adquiridos com esses recursos e colocados em nome dos envolvidos no esquema,como estratégias para lavagem de dinheiro.

As ações dos agentes da Receita Federal visavam cortar o ciclo criminoso e descapitalizar a organização delituosa em questão. A operação teve desdobramentos da ‘Follow the Money’, deflagrada em 2024, que identificou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e de outras atividades ilegais da organização. Os mandados foram cumpridos na região da Meia Praia, em Itapema, área onde existem vários prédios e projetos imobiliários em processo de construção.

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