Guarda Civil ameniza crise com Iris

O mal estar gerado pelas declarações do prefeito Iris Rezende (MDB) de que lugar da Guarda Civil Metropolitana é vigiando prédios públicos, foi amenizado ontem pelo porta-voz da corporação, Valdsom Batista. “A Guarda Civil já vem fazendo esse trabalho de proteção dos patrimônios públicos e nunca deixou de fazer. O que vai acontecer agora é o remanejamento de algumas equipes envolvidas em outros projetos para intensificar a segurança da rede municipal durante o período de férias escolares”, explica.

Iris Rezende afirmou que a GCM deixaria de atuar no patrulhamento da cidade. “Isso é atribuição da Polícia Militar e da Polícia Civil. A GCM vai cuidar apenas de prédios públicos municipais, escolas, parques, postos de saúde, segundo a determinação do prefeito, para evitar que o patrimônio público seja depredado e que material seja furtado”, disse o prefeito.

A deputada Adriana Accorsi, do Partido dos Trabalhadores (PT), e Washington Moreira, Presidente da Associação dos Servidores da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, consideraram a ação do prefeito retrógrada. Segundo Valdsom Batista, existe confusão entre patrulhamento ostensivo e preventivo. “O trabalho preventivo, no qual a viatura se desloca entre escolas, conversa com os responsáveis das escolas e os pais de alunos não para. Nossos guardas não ficam parados na porta de escolas fazendo vigilância em determinados expedientes, mas fazem na verdade o patrulhamento preventivo delas”.

Sobre os comentários de Accorsi e Moreira sobre a falta de monitoramento eletrônico nos prédios públicos da capital, Batista lembra que já existe esse tipo de serviço e a prefeitura planeja continuar ampliando para ajudar na prevenção de crimes.

“Como guarda civil, não vou virar a cara para um crime que estiver acontecendo enquanto cumpro as minhas funções, pois sou agente público de segurança e a lei diz que tenho que auxiliar na prevenção e proteção. Sobre o trabalho de monitoramento da guarda nas ruas, ele continua como sempre foi: tem que passar pela aprovação do comandante para determinar se podemos ajudar a PM ou a PC em prisões e outras ações”, completa Valdsom Batista.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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