Justiça autoriza retorno ao trabalho para guardas municipais suspeitos de agredir jovem de 17 anos com cassetete
Caso aconteceu em São Gonçalo dos Campos, a 130 km de Salvador.
Guardas municipais são suspeitos de agredir adolescente na Bahia
Uma decisão judicial, divulgada na quarta-feira (27), autorizou que cinco guardas municipais voltem ao trabalho depois de afastados por suspeita de envolvimento em agressões em São Gonçalo dos Campos, a 130 km de Salvador. Entre os casos está o de um jovem de 17 anos que foi agredido com golpes de cassetete e teve traumas na cabeça. O caso aconteceu em julho, durante festa promovida pela Prefeitura da cidade.
A determinação assinada pelo juiz João Batista Bonfim Dantas, responsável pelo caso, atendeu ao pedido de revogação das medidas cautelares impostas a cinco dos oito guardas suspeitos de participação no ato de violência.
O advogado Hercules Oliveira, responsável pela defesa dos cinco guardas municipais, explicou que o retorno deles ao trabalho evidencia a falta de provas concretas. Sem avanços significativos no inquérito policial, ele ingressou com o pedido para que os guardas voltassem ao trabalho.
DE procurou o Departamento de Polícia Técnica sobre o assunto e aguarda retorno. O Ministério público e a Prefeitura de São Gonçalo dos Campos também foram procurados para comentar a decisão judicial, mas, até o momento, não responderam.
RELEMBRE O CASO
O episódio de violência envolvendo os guardas municipais e um adolescente de 17 anos aconteceu no dia 1 de julho deste ano, durante os festejos de São Pedro no município. Em imagens que circularam nas redes sociais, é possível ver o momento em que o adolescente é agredido a golpes de cassetete, e, logo em seguida, cai desmaiado no chão. Pessoas no evento ainda tentaram socorrer o garoto.
A vítima teve traumas na cabeça, foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE) e passou por cirurgia. Foi necessária internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até a alta médica ser autorizada no dia 7 de julho.
Na época, dois agentes envolvidos no caso foram presos preventivamente: Um deles suspeito de agredir o adolescente; O segundo foi o então comandante da Guarda Municipal.
Ambos foram soltos dias depois e o comandante da guarda foi exonerado do cargo. Durante a investigação, outros seis guardas foram afastados por conta de denúncias de outros episódios de agressão durante a mesma festa.
À época, o Ministério Público disse que os oficiais submeteram a vítima, um homem negro, a intenso sofrimento físico e mental com golpes de cassetete, socos e chutes. Ainda de acordo com o MP, os guardas subtraíram o celular de uma testemunha ocular do crime com o objetivo de invadir o telefone e destruir dados existentes.