Depois da repercussão negativa e das afirmações contraditórias, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) decidiu afastar, nesta sexta-feira (6), os dois agentes responsáveis pelo uso de spray de pimenta contra estudantes da Escola Municipal Professora Dalka Leles, no Residencial Orlando de Morais.
O caso aconteceu na última terça-feira (3) e desde então vêm ganhando novos capítulos e antagonistas como a Defensoria Pública Estadual (DPE), Ministério Público (MP), Conselho Tutelar, Polícia Civil (PC) e Secretária Municipal de Educação (SME).
Na ocasião, dez alunos com idades entre 11 e 14 anos, precisaram de socorridos pelo Corpo de Bombeiros após serem atingidos pelo gás. A guarda disse que instaurou um inquérito interno na corregedoria para apurar os fatos ocorridos na escola. Caso haja ilegalidade nas ações doa agentes, haverá punição.
Inicialmente, a GCM disse que foi à escola devido as constantes relatos de brigas. Porém, a Secretaria Municipal de Educação disse que não tinha conhecimento desses casos de violência na unidade e nem da presença da guarda.
Depoimentos
A PC já começou a ouvir os servidores da unidade de educação, além dos pais e estudantes. Segundo a delegada Josy Alves, as pessoas ouvidas até o momento disseram que os guardas fizeram ameaças e também constrangeram os alunos. Uma estudante, inclusive, contou que viveu momentos “assustadores” durante a ação da guarda na escola.
“Disseram em suma que os guardas municipais proferiram dizeres ameaçadores que os deixaram constrangidos e acuados. Algumas crianças estavam passando mal em virtude do gás e outras passaram mal em virtude desse pânico que foi criado na sala. Esses professores estavam em sala e o que eles mais presenciaram foi o pânico coletivo. Eles viram as crianças chegarem na sala, começarem a passar mal, olho ardendo, garganta fechando e isso foi gerando um pânico que se alastrou por toda escola”, disse a investigadora.