O ministro da Economia, Paulo Guedes, informou nesta quinta-feira (17) que o governo pretende estudar formas de direcionar alimentos desperdiçados por outras famílias de classe média para famílias de classe mais baixa através de programas sociais, como o Bolsa Família. O comentário foi feito durante um evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
“A gente pode dar um incentivo para que tudo isso que seja perdido, ao invés de ser jogado fora, seja transformado e justamente canalizado para os programas sociais. Como se fossem postos de atendimento, para que isso possa ser endereçado aos mais necessitados”, complementou.
De acordo com o ministro, os desperdícios alimentícios precisam ser mais bem aproveitados para acabar com a fome no país. “O prato de ‘um classe média’ europeu é pequeno, no nosso, há uma sobra enorme. Precisamos pensar como utilizar esse excesso no dia a dia. Aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, pessoas desamparadas. É muito melhor que deixar estragar”, disse Guedes.
O governo tem a intenção de aumentar o número de família beneficiadas por programas sociais, assim como o valor pago. No início desta semana, o presidente Jair Bolsonaro em aumentar o valor já pago para o Bolsa Família para R$ 300 reais – atualmente o valor máximo é de R$ 190.
“Pode ser parte desse programa que vamos lançar, justamente uma parte jurídica, ou de regulamentação, que na verdade pode ser até desregulamentação. É a gente justamente facilitar essa conexão entre as políticas sociais, de um lado, e o desperdício que ocorre do outro”, disse Guedes, durante evento virtual do setor supermercadista.
De acordo com Guedes, o grupo interministerial será formado com as pastas da Cidadania e de Agricultura para debater o tema. O ministro não informou a data para o anúncio de uma proposta final.