Guerra de facções: território sem ‘dono’ no tráfico, município de SP vira área de disputa do PCC com CV
Com uma população de aproximadamente 200 mil habitantes, Rio Claro testemunhou um aumento de 26% nos assassinatos de janeiro a setembro de 2025, resultando em 24 mortes. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes é quase três vezes maior do que a média estadual.
A localização geográfica estratégica e a ausência de hegemonia no controle do tráfico de drogas transformaram Rio Claro, uma cidade do interior de São Paulo, em um território de disputa sangrenta entre facções, incluindo as duas maiores do país: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Em 2025, a cidade registrou 24 homicídios dolosos, incluindo 8 execuções. Os números fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo revelam um aumento de 26,3% em relação ao ano anterior, elevando o índice de assassinatos por 100 mil habitantes para quase três vezes a média do estado.
Investigações e documentos do Ministério Público e da Polícia Civil indicam que o aumento nos assassinatos está diretamente relacionado ao conflito entre as facções.
O Comando Vermelho lidera o tráfico em 24 dos 27 estados do Brasil. Em São Paulo, o domínio pertence ao PCC, mas em Rio Claro a facção ainda não possui a mesma consolidação que em outros municípios, de acordo com as autoridades policiais.
Há pelo menos três razões centrais associadas à disputa por poder entre as facções na cidade: a localização estratégica cercada por rodovias importantes, o histórico de ausência de um dono exclusivo do tráfico e a falta de hegemonia da facção dominante, o PCC.
A fragilidade do controle do tráfico em Rio Claro, dividido por grupos que atuam de forma isolada, gerou novas alianças e rivalidades, como o ‘Bonde do Magrelo’, formado por dissidentes do PCC associados ao CV. A presença de uma base logística do Comando Vermelho em Hortolândia, cidade próxima a Rio Claro, é uma evidência da tentativa de avanço da facção na região.
A cidade enfrenta um cenário de violência acima da média, com taxas de homicídios consideravelmente superiores à média estadual. A população relata um aumento na sensação de insegurança, principalmente devido aos crimes associados às disputas entre facções criminosas.
As autoridades enfatizam a importância da colaboração da população para combater o crime organizado e garantir a segurança da comunidade. A Polícia Civil continua investigando outros suspeitos e colaborando com o Ministério Público e a Polícia Militar para conter o avanço do crime organizado em Rio Claro.




