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Guerra entre facções deixa 9 mortos e 14 feridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia

Presos da Ala C invadiram as alas A, B e D da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia no primeiro dia de 2018. Nove presos morreram e 14 ficaram feridos. Celas da unidade prisional ficaram destruídas. Os corpos ficaram carbonizados e ainda não foram identificados. Mais de 100 presos fugiram durante a confusão. Cerca de 30 foram recapturados. Outros 127 saíram da unidade durante o tumulto. Estes voltaram quando tudo se acalmou.

A rebelião começou no início da tarde e foi controlada, segundo a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) por volta das 16 horas. O Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com apoio da Polícia Militar retomou o presídio. Equipes do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) ajudou na contenção de fugas e na recaptura de foragidos.

Ainda segundo a Seap, todos os feridos foram atendidos por equipes médicas na própria unidade e retornaram para as celas. O Corpo de Bombeiros controlou o incêndio. Parte do presídio foi interditado para reforma. Para evitar que fossem mortos ou feridos, 127 presos fugiram durante a confusão, mas voltaram sem qualquer tipo de intervenção policial assim que a normalidade foi restabelecida.

Equipes da Polícia Científica trabalham na identificação dos mortos. Durante todo o dia familiares de detentos estiveram em busca de informações na unidade prisional. Até a noite desta segunda-feira, 1, nenhuma das vítimas havia sido identificada. A Seap não informou os nomes dos executados nem a que grupo pertenciam. Atualmente, grupos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Comando Vermelho (CV) disputam a liderança nos principais presídios goianos. É de dentro do sistema prisional que lideram o tráfico de drogas no Estado.

Além da rebelião no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, o principal e mais antigo de Goiás, a Seap registrou rebeliões nos presídios de Santa Helena de Goiás e em Rio Verde. No primeiro, um agente de plantão foi rendido nos primeiros minutos do dia por um grupo de presos da Ala A. Eles tentaram invadir a Ala B com a intenção de executar alguns presos. Os presos da Ala B reagiram e quebraram os cadeados das celas. A Polícia Militar foi acionada e em apoio ao Gope conseguiu a liberação do refém.

Nove presos que havia sido feridos foram atendidos na enfermaria da própria unidade. Seis presos identificados como autores do motim foram levados para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia para o cumprimento de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). A Seap não informou se essa remoção foi o que teria ocasionado a rebelião no antigo Cepaigo horas mais tarde.

Em Rio Verde houve tumulto entre os presos da penitenciária local. O motim foi contido por agentes de plantão. Eles impediram fugas do local. Os responsáveis pelo tumulto foram autuados na Delegacia da Polícia Civil da cidade. Inquéritos para apurar as rebeliões em Santa Helena e em Aparecida de Goiânia. Uma entrevista com o tenente-coronel Newton Castilho, superintendente de Administração Penitenciária, está marcada para a manhã desta terça-feira, 2, na Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária.