Guerra fria nos bastidores: entenda a batalha pela recompra do Botafogo

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Texto x Eagle: entenda como está a briga nos bastidores para recomprar o Botafogo

Americano disputa clube carioca com a empresa que ele mesmo criou

“Postura é que ninguém é insubstituível”: entenda a saída de John do Botafogo.

John Textor e Eagle Football estão em guerra fria. O dono da SAF do Botafogo continua sendo proprietário da empresa que criou, mas não possui quase nenhuma ação prática na rotina de comando da companhia. Isso reflete no Alvinegro, alvo de ações judiciais e um processo de revenda no meio da temporada.

Textor foi retirado da presidência do Lyon após o time francês continuar na primeira divisão e sobreviver às ameaças de rebaixamento por problemas financeiros. O combinado entre as partes era de cortar qualquer relação com o americano – a Ares, uma das empresas que ajudou a financiar a compra do time na França, defendeu essa ideia.

Para adquirir o Lyon, o executivo pegou dinheiro emprestado com a Ares, Michele Kang, hoje presidente do Lyon, e a Iconic Sports. Em troca, deu 40% das ações da Eagle Football. As ações de Botafogo e RWDM Brussels, antigo Molenbeek, outro clube que forma a rede, foram as garantias.

Textor continua assinando atas como dono da Eagle – apesar de não tomar mais decisões importantes – e do Botafogo. Há três semanas, a empresa, em movimento coordenado da Ares, sugeriu que o americano recomprasse as próprias ações do Alvinegro que estão presas ao fundo de investimento.

Para isso, Textor teria que se desvincular do Botafogo até que a revenda fosse concretizada porque, para a Justiça, o movimento é visto como conflito de interesse – ele é dono tanto do Alvinegro quanto da Eagle. Internamente, dirigentes alvinegros entenderam que a intenção era tirar o americano do poder e, neste intervalo, mudar o conselho para colocar um novo representante. O clube social e os funcionários impediram a ação ao enviar uma carta à Eagle, na qual o dono foi protegido.

João Paulo Magalhães, presidente do clube social, é defensor de Textor e já manifestou esta posição em contatos com representantes da Ares e Eagle.

A Eagle não é contra vender o Botafogo, mas manifestou que não vai fazê-lo a Textor enquanto ele for o dono das duas pontas envolvidas na negociação. Há o temor de alegações de fraude serem feitas na Justiça.

Por isso, a companhia americana, em tese, considera que negociar o Alvinegro para um investidor diferente seja o melhor caminho, mas é aí que entra a influência do clube social. De acordo com o estatuto do clube, toda mudança de SAF deve passar pelos conselheiros do Alvinegro. A posição de João Paulo Magalhães e companhia é de defender John Textor. O cenário, por enquanto, não é amigável para um terceiro.

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