Guerra na África: Protestos contra Arsenal por patrocínio milionário da Ruanda

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Guerra na África gera protestos contra o Arsenal por patrocínio milionário; entenda

O Arsenal [https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-ingles/times/arsenal/] virou alvo de fortes críticas e protestos por causa do patrocínio milionário — mais de R$ 70 milhões por ano — que mantém com Ruanda. O governo de lá é acusado de participar diretamente em um dos mais violentos conflitos na história da África, que provocou a morte de 3 mil pessoas e deixou outras milhares feridas nas últimas semanas na República Democrática do Congo [https://de.globo.com/mundo/noticia/2025/02/04/grupo-rebelde-m23-declara-cessar-fogo-no-congo-ao-menos-700-morreram-em-conflitos-diz-onu.ghtml], país vizinho.

O patrocínio de Ruanda começou em maio de 2018, foi renovado em 2021, e hoje o Arsenal ganha 10 milhões de libras por ano (R$ 72 milhões) para estampar “Visit Rwanda” na camisa. O Rwanda Convention Bureau, departamento de governo, se tornou o primeiro parceiro oficial de manga do clube, com o objetivo de aumentar o turismo para o país. A logo também é exposta em jogos no Estádio Emirates, em Londres.

Só que as críticas ao Arsenal voltaram, e com força, nas últimas semanas por causa dos conflitos na República Democrática do Congo (RDC). O grupo rebelde M23, que recebe apoio direto do governo de Ruanda segundo especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), tomou o controle da cidade de Goma, a maior do leste da RDC [https://de.globo.com/mundo/noticia/2025/01/29/no-congo-rebeldes-consolidam-controle-sobre-goma-e-tomam-aeroporto-da-cidade.ghtml], com mais de um milhão de habitantes.

O cenário catastrófico em Goma gerou protestos de congoleses diante de várias embaixadas na capital do país, Kinshasa, como da Bélgica, França, Estados Unidos e Brasil. As manifestações são para que a comunidade internacional tome alguma medida contra Ruanda.

A República Democrática do Congo é o segundo maior país da África (atrás da Argélia) e o 11º em todo o mundo, com área de 2.345.409 km². A população é de cerca de 100 milhões de habitantes (o Brasil tem 212 milhões). A região leste da RDC é rica em recursos naturais.

— Ruanda tem um governo muito eficiente, com poder militar para interferir num vizinho muito maior e que tem um Estado muito desorganizado. Essas incursões militares talvez tenham matado mais de cinco milhões de pessoas, sobretudo de fome. É um dos piores conflitos que temos desde a Segunda Guerra — explicou Maurício Santoro, cientista político, professor de Relações Internacionais e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha.

O Reino Unido financia anualmente 32 milhões de libras, ou cerca de R$ 229,9 milhões, em ajuda ao governo de Ruanda. O montante destinado ao Arsenal é o equivalente a 31% disso. O patrocínio de um dos países mais pobres do mundo, com um governo cada vez mais autoritário, a um dos clubes mais ricos da Inglaterra é outro ponto de crítica.

Presidente de Ruanda, Paul Kagame é torcedor declarado do Arsenal. Ele comemorou recentemente no X (antigo Twitter) a vitória de goleada por 5 a 1 sobre o Manchester City, no Campeonato Inglês. [https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-ingles/jogo/02-02-2025/Arsenal-Manchestercity.ghtml#:~:text=O%20Arsenal%20goleou%20o%20Manchester,Pep%20Guardiola%20descontou%20com%20Haaland.]

O Arsenal está em segundo lugar na tabela de classificação da Premier League [https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-ingles/], com 50 pontos, seis a menos do que o Liverpool. Na Champions, o time inglês se garantiu diretamente nas oitavas de final. Seu próximo compromisso na temporada é no sábado, contra o Leicester.

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