O futebol feminino brasileiro tem evoluído ao longo dos anos, mas ainda existe uma questão quando o assunto é ‘onde jogar’. Com o Brasileirão batendo na porta, dos 16 times que participarão da disputa, oito equipes terão mais de uma opção de estádio para mandar seus jogos e apenas seis times possuem um local definitivo, sendo três deles a casa ‘oficial’ do clube. A reportagem do DE realizou uma pesquisa com todas as equipes que disputarão o Campeonato Brasileiro feminino de 2025 para organização do guia da competição e, entre as perguntas, onde mandar o jogo era destaque.
Apenas Sport e a Ferroviária atuam regularmente no estádio oficial da equipe, jogando na Ilha do Retiro e Arena Fonte Luminosa, respectivamente. Corinthians, São Paulo, Grêmio, Internacional e América-MG são alguns dos times que, na fase mata-mata do Campeonato Brasileiro, mandam os jogos do time feminino nos grandes estádios. O alvinegro paulista é dono do recorde de maior público no futebol feminino brasileiro. No entanto, outras equipes como 3B da Amazônia, Bragantino, Cruzeiro, Juventude, Real Brasília ainda não definiram uma casa para seus jogos na primeira fase.
Dentre as escolhas de Juventude, Internacional, Real Brasília, São Paulo, Fluminense, Cruzeiro, Corinthians e América-MG, alguns dos estádios estão com alguma pendência com a Confederação Brasileira de Futebol, como exemplo do Alfredo Schürig, a Fazendinha, do alvinegro paulista. Alberto Simão, diretor do futebol feminino do Palmeiras, enfatiza a importância de ter um local de jogo fixo para criar identificação entre time e torcida. Pedro Lourenço, dono do Cruzeiro, também destaca os esforços para conquistar um estádio próprio para a equipe feminina jogar e chamar de casa.
A CBF informa que qualquer estádio pode ser substituído caso os laudos técnicos não estejam de acordo com a Lei Geral do Esporte e, ainda afirma, que há uma inspeção prévia em todos os locais designados. Mesmo com os aumentos de investimento, em valores financeiros, os clubes ainda não pensam na ‘casa do futebol feminino’ como algo necessário. Ter uma casa, cria uma identificação do clube com o seu torcedor e uma facilidade, algo que o futebol feminino atualmente não possui. A falta de locais fixos para os jogos pode impactar na relação entre time, torcida e até mesmo na qualidade das partidas. A questão dos estádios mostra a necessidade de um planejamento mais eficaz por parte dos clubes e das entidades esportivas, visando fortalecer o futebol feminino no Brasil e garantir um futuro promissor para a modalidade.
Vale ressaltar que a escolha de um estádio fixo para os jogos do futebol feminino pode proporcionar uma experiência mais consistente para os torcedores, além de contribuir para a profissionalização e visibilidade da modalidade. Com a evolução do futebol feminino no país, é fundamental que os clubes e entidades esportivas trabalhem em conjunto para garantir condições adequadas para a prática e o desenvolvimento do esporte, proporcionando oportunidades igualitárias para as atletas e promovendo o crescimento sustentável da modalidade. A definição de locais fixos para os jogos do Brasileirão feminino é um passo importante na consolidação e valorização do futebol praticado pelas mulheres, contribuindo para a construção de uma cultura esportiva mais inclusiva e diversificada no Brasil.