Abandono, essa palavra define a obra do Centro Municipais de Educação Infantil (CMEI), no Bairro Floresta, em Goiânia. A construção orçada em quase R$ 1,8 milhões, que hoje está tomada pelo mato foi esquecida pela Prefeitura de Goiânia há quase sete anos. Em entrevista ao jornal Diário do Estado, o líder comunitário, Florisvaldo Pereira da Silva, explica que a obra teve inicio em 2015 e que atenderia mais de 184 crianças.
“Estamos acompanhando essa obra que necessitamos aqui. No começo do ano de 2020 era para ser retomada e entregue no meio do ano, mas após três meses abandonaram ela de novo. Está do mesmo jeito. Precisamos de creches e de CMEI no setor. As mães precisam de um lugar para deixar os seus filhos e ir trabalhar. Essa obra vem se arrastando desde 2015. Infelizmente o prefeito não toma uma providencia. Queremos saber para onde foi todo o dinheiro”, disse.
Transtornos
Ainda de acordo com o líder comunitário, o CMEI tem causado transtornos para os moradores da região, principalmente para a população que mora ao lado da construção. Ele diz que o matagal atraí insetos e animais peçonhentos, como cobras e escorpiões. Florisvaldo também comenta que a própria população precisa fazer a segurança do local para que não sejam depositados lixos de forma irregular.
“Aparece rato, lacraia e baratas. Todo tipo de inseto e animal peçonhento. A população não joga lixo no local não. Existe dois cachorro treinados lá dentro para o pessoal não jogar lixo e não roubar os materiais e vandalizar lá. A segurança são os cachorros, mas os moradores que moram de frente também ficam de olho para não saquearem o que está feito. Nossa luta é longa, um descaso. Não vamos parar de lutar até está obra estar pronta”, enfatizou
Cmei Aparecida
O abandono de obras destinadas a educação infantil não acontecem apenas em Goiânia. Recentemente, a reportagem do jornal Diário do Estado mostrou o descaso com as mães do Jardim Alto Paraíso, em Aparecida de Goiânia. O setor também possui um CMEI abandonado há mais de seis anos pela prefeitura do município. Algumas mães da região precisam pagar uma baba para conseguir trabalhar. Já outras cuidam dos filhos por não ter condições de pagar alguém para olhar.
Ao Diário do Estado, a recepcionista, Thais Rcheany, mãe de duas crianças, havia dito que muitas mães necessitavam do CMEI e que o local estava tomado por entulho e mato. Além disso, Thais também relatou a insegurança e medo da população que mora na região, já que a construção virou ponto de usuários de drogas.
“Minha filha vai fazer 6 anos e antes dela nascer esse CMEI já estava em construção. Olha quanto tempo e quantas crianças poderiam ter sido atendidas aqui, é um desrespeito total com a população, é dinheiro jogado fora essa obra parada há tantos anos. Como se não bastasse o local ainda serve de esconderijo para bandidos”, desabafou.