Haddad se reúne com Motta, Alcolumbre e líderes partidários para apresentar
alternativas à alta do IOF
Equipe econômica e representantes do Congresso tentam consenso em relação ao
aumento do tributo anunciado pelo governo há pouco mais de duas semanas.
Carros de autoridades chegam à Residência Oficial da Câmara, no Lago Sul. —
Foto: Reprodução/ TV Globo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu neste domingo (8) com
os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, além de líderes
partidários para apresentar medidas alternativas à alta do Imposto Sobre
Operações Financeiras (IOF).
A reunião começou por volta das 18h na Residência Oficial da Câmara, no Lago
Sul, em Brasília, e ainda não terminou.
Congresso e Executivo buscam um consenso sobre o assunto. Com a alta do IOF, a
equipe econômica previa arrecadar, só neste ano, R$ 20 bilhões.
Haddad e Hugo Motta dão entrevista coletiva à imprensa — Foto: Marina
Ramos/Câmara dos Deputados
REAÇÃO NEGATIVA
O anúncio, feito após um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há
pouco mais de duas semanas, causou forte reação do mercado e do Congresso. Nas duas Casas foram apresentadas
mais de 20 propostas para derrubar o decreto (entenda mais abaixo).
Esse movimento fez com que o governo recuasse em parte da medida. Horas após o
anúncio, o governo revogou o IOF mais alto para sobre aplicações de
investimentos de fundos nacionais no exterior, o que deve reduzir o potencial arrecadatório em cerca de R$ 1,4 bilhão.
Em uma tentativa de arrefecer a tensão, Haddad chegou a se reunir uma primeira
vez com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
No encontro, realizado em 28 de maio, os presidentes das duas Casas deram um
prazo de dez dias para que o Planalto apresentasse alternativas à alta do
tributo. Os congressistas ainda cobraram soluções “estruturantes”.
Haddad afirmou ter dito a Motta e Davi Alcolumbre que a manutenção do decreto
era necessária para manter o funcionamento da máquina pública.
Neste sábado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que espera que o
veredito seja tomado ainda neste domingo, após uma reunião, contudo não
descartou pautar projeto que derruba alta do IOF.
Em pelo menos 25 anos, o Congresso Nacional nunca usou um Projeto de Decreto
Legislativo (PDL) para derrubar um decreto presidencial.
Um PDL é a ferramenta que autoriza o Congresso a derrubar atos normativos do
Executivo. O instrumento é bastante raro e tido como grande derrota para o
governo.
Esta reportagem está em atualização