Mourão: Bolsonaro estava abatido, mas não falou em ruptura da democracia
O ex-vice-presidente da República, atualmente senador, Hamilton Mourão, depôs no Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha do ex-ministro general Augusto
Heleno. Durante o depoimento nesta sexta-feira (23), Mourão afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava “abatido” após a derrota eleitoral em 2022, porém jamais mencionou qualquer intenção de ruptura do status quo.
Segundo Mourão, ele tentou conversar com Bolsonaro na noite da eleição, mas o presidente ainda estava abatido. No dia seguinte, ambos estiveram reunidos no Planalto para discutir a transição de governo. O ex-vice-presidente também mencionou encontros subsequentes com Bolsonaro na biblioteca do Alvorada.
“Em nenhum momento ele mencionou qualquer medida que indicasse algum tipo de ruptura do status quo. Nossas conversas eram todas voltadas para a fase de transição”, completou Mourão durante seu depoimento.
O senador foi ouvido como testemunha do ex-ministro general Augusto Heleno e também foi indicado pelos advogados de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Portanto, ele poderá ser questionado pelas defesas no decorrer do processo.
Apesar de ter sido vice-presidente durante o mandato de Bolsonaro, Mourão não foi citado na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Sua participação como testemunha nesse caso específico confirma sua relevância no cenário político brasileiro e sua proximidade com as decisões do governo.
Mourão tem sido uma figura pública conhecida por suas opiniões francas e por sua postura serena diante de situações adversas. Seu depoimento no STF reitera a importância de depoimentos de figuras políticas proeminentes em casos judiciais de relevância nacional. O desenrolar desse processo certamente terá impacto tanto no panorama político quanto na percepção pública sobre a democracia e a estabilidade institucional.