Hapvida: rombo de R$ 18 bilhões levanta rumores de falência da operadora

Hapvida: rombo de R$ 18 bilhões levanta rumores de falência da operadora

Enfrentando uma crise financeira desde o dia 1º de março, a Hapvida, considerada a maior operadora de planos de saúde do país, perdeu R$ 18,2 bilhões e viu as ações da empresa despencaram em quase 60% nos últimos dias. Apesar dos rumores de uma possível falência, o grupo afirma que os pacientes de Goiânia não serão afetados. 

A empresa informou que está considerando um aumento de capital, a fim de amenizar o rombo financeiro. Porém, a ideia é vista como uma opção remota pelo mercado, que vem criticando a falta de transparência por parte da companhia.

O Itaú BBA destacou que o anúncio de aumento de capital com um preço das ações deprimindo mostra um cenário de estresse maior do que o esperado. A companhia pode levantar caixa vendendo seus imóveis e ativos que não fazem parte de seu negócio principal, além de fazer um corte em seu endividamento, que gira na casa dos R$ 7 bilhões.

A Hapvida tem como desafio reduzir sua alavancagem líquida para patamares abaixo de 2,5 vezes e baixar as taxas de sinistralidade e melhorar a margem. 

A empresa enfrenta uma crise de confiança com o mercado desde a publicação dos resultados do quarto trimestre, quando apresentou uma taxa de sinistralidade maior e um repasse de preço menor do que o prometido nos trimestres anteriores.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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