HC de Ribeirão Preto Receberá Antídoto para Metanol: Tratamento Especializado para Intoxicação

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Antídoto contra metanol: HC de Ribeirão Preto vai ter tratamento para pacientes com intoxicação

Unidade vai receber duas mil ampolas de etanol etílico absoluto, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde.

DE de Ribeirão Preto, SP, vai receber antídoto contra metanol

DE de Ribeirão Preto, SP, vai receber antídoto contra metanol

O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) vai receber duas mil ampolas de etanol etílico absoluto, considerado o antídoto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (3) pela Secretaria Estadual de Saúde.

A unidade de Ribeirão, uma das três escolhidas pelo estado de São Paulo para o tratamento, vai receber as primeiras doses já neste fim de semana.

O tratamento consiste na metabolização de uma substância em detrimento a outra e é considerado eficaz e bastante seguro, como explica o professor Bruno Spinosa de Martinis, do Departamento de Química do Laboratório de Toxicologia Forense.

“O etanol e o metanol são metabolizados no mesmo local no organismo, no fígado. Existe uma preferência do organismo de metabolizar o etanol em detrimento do metanol. Então, a administração de etanol intravenosa é importante para que o organismo se preocupe em metabolizar o etanol e deixar o metanol não metabolizado”.

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Segundo o professor, quando o metanol não é metabolizado, não há formação de metabólito, que é justamente o que causa a intoxicação.

“O que causa realmente os sintomas intoxicação e que é grave é a formação dos metabólitos do metanol, que é o formaldeído, e o ácido fórmico causa a divisão e os outros problemas. A administração do etanol é importante para poder inibir a metabolização do metanol que formaria esses compostos tóxicos. Ele [o organismo] vai, preferencialmente, metabolizar o etanol e o metanol vai ficar lá, quieto, sem formação dos metabólitos, que são o problema”.

De acordo com o Estado de São Paulo, até o momento há 11 casos confirmados de intoxicação por metanol e uma morte. Outros 37 estão em investigação, incluindo uma ocorrência em Barrinha (SP), onde um homem passou mal após consumir uísque e precisou ser internado no Hospital das Clínicas. O caso aconteceu na quarta-feira (1º) e o paciente já recebeu alta. As amostras de sangue dele foram para análise para confirmar ou não a presença de metanol. A polícia investiga o caso.

ETANOL ETÍLICO ABSOLUTO

Segundo o professor Bruno Spinosa, o etanol etílico absoluto é um álcool estéril que vem em um ampola. A administração dele é feita, exclusivamente, em uma unidade hospitalar.

“É o médico que vai fazer esse procedimento, não é em qualquer lugar que você pode tomar esse material. O tratamento é feito dentro de uma unidade hospitalar, não pode ser feito em qualquer lugar”.

O etanol etílico absoluto que vai ser usado como antídoto para casos de intoxicação é um etanol especificamente utilizado para fins médicos.

HC VAI ANALISAR AMOSTRAS DE SANGUE DE PACIENTES

Além do antídoto, o HC de Ribeirão Preto também vai analisar amostras de sangue de pacientes que possam ou não estar intoxicados com metanol. A expectativa é de que pelo menos dez casos sejam encaminhados à unidade do interior para reforçar os trabalhos da capital. Além de Ribeirão Preto, as análises serão direcionadas para Botucatu (SP) e Campinas (SP), com o objetivo de agilizar os diagnósticos, diante do aumento de casos suspeitos.

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