Última atualização 18/01/2024 | 09:17
Segundo o Ministério da Saúde, em 2023, o Brasil registrou mais de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue. O número supera as notificações feitas ao longo de 2022 e é quase 3 vezes maior do que os números de 2021.
Pensando nisso, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), unidade do governo de Goiás em Uruaçu, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), traz alguns alertas e reforça a importância dos cuidados em relação à doença.
Com o clima quente e o aumento das chuvas no início do ano, há uma alta na proliferação do mosquito Aedes Aegypti, que se reproduz em água limpa e parada. Vale ressaltar também que a dengue é apenas a doença mais comum causada pelo mosquito, que também é vetor da Zika e Chikungunya.
“É importante nos atentarmos principalmente aos casos graves da dengue, quando há complicações e o paciente precisa acompanhar os sintomas e a evolução do quadro da doença”, reforça Nívia Ferreira, médica infectologista do HCN, hospital administrado pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed).
DENGUE
Os principais sintomas da dengue normalmente são:
- Febre alta (acima de 38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias
- Dor de cabeça
- Dores no corpo e articulações
- Prostração, fraqueza
- Dor atrás dos olhos
- Manchas vermelhas
- Coceira na pele
Para casos mais graves, os sinais de alerta são dores abdominais intensas, vômito constante, sangramentos, alterações neurológicas e no humor do paciente. De acordo com a médica infectologista do HCN, é fundamental que esses sinais de alerta sejam avaliados por um médico especialista, para evitar a evolução da doença para um quadro mais grave.
O profissional de saúde poderá indicar o tratamento adequado para aliviar os sintomas sem comprometer a saúde do paciente e, caso necessário, sugerir internação para acompanhamento clínico. Um alerta especial deve ser direcionado para pessoas com doenças crônicas, gestantes, idosos e crianças, grupos que são considerados mais vulneráveis aos impactos da doença, exigindo uma atenção redobrada à prevenção e ao monitoramento desses sintomas.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
A hidratação desempenha um papel crucial no tratamento, contribuindo significativamente para o alívio dos sintomas e a recuperação do paciente. Durante a infecção pelo vírus da dengue, a febre e os sintomas associados podem levar à desidratação, aumentando o risco de complicações.
Manter-se hidratado ajuda a compensar a perda de líquidos devido à febre e aos possíveis vômitos, auxiliando na estabilização da pressão arterial e na prevenção de complicações mais graves, como o choque.
Apesar de já existir uma vacina para os quatro sorotipos de dengue, a conscientização da população também é fundamental, tanto para prevenção quanto para o tratamento da doença.
“É de extrema importância a avaliação e o acompanhamento de um profissional de saúde, pois a dengue pode ter complicações sérias e o risco aumenta caso o paciente já tenha contraído a doença anteriormente”, afirma a infectologista.
Com a intensificação das chuvas, é comum o acúmulo de água em diversos recipientes, como pneus, vasos de plantas e objetos descartados. Esses locais se tornam propícios para a reprodução do mosquito Aedes Aegypti.
Durante os períodos chuvosos os focos de proliferação são ampliados, destacando a urgência de medidas preventivas para conter a expansão desses focos.
É importante limpar e verificar regularmente os pontos que podem acumular água. Entre as medidas a serem adotadas estão:
- Esvaziar garrafas e mantê-las com a boca virada para baixo
- Limpar calhas
- Colocar areia nos pratos das plantas
- Tampar tonéis, lixeiras e caixas-d’água
- Colocar objetos, como pneus e lonas, abrigados da chuva.
- Uso de repelentes também se configura como uma prática preventiva eficaz
Contudo, deve-se evitar o uso de qualquer medicamento sem prescrição médica, especialmente nos casos de dengue. O perigo da automedicação na dengue é significativo devido aos riscos associados ao uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina), bem como de outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno e o naproxeno.
Esses medicamentos podem aumentar o risco de sangramentos, uma complicação séria associada à dengue. A recomendação de evitar esses medicamentos é devido ao fato de que a dengue pode causar queda nas plaquetas, células sanguíneas responsáveis pela coagulação. A utilização de medicamentos que afetam a coagulação pode agravar o risco de hemorragias.