A Tuberculose é uma doença curável e evitável, mas que ainda é responsável pela morte de 4,7 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados do Fundo Global Tuberculose Brasil. O contágio da Tuberculose, que é transmitida pelo bacilo de Koch – o Mycobacterium Tuberculosis, se dá por via aérea e a bactéria consegue sobreviver por até 24 horas suspensa no ar. Os principais sintomas da doença são tosse por mais de duas semanas, febre, produção de catarro, cansaço, dor no peito e falta de apetite.
Para alertar sobre a doença, em prol do Dia Mundial do Combate à Tuberculose, lembrado em 24 de março, o Hospital Estadual de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT), gerido pelo Instituto Sócrates Guanaes, promove no dia 22 de março (sexta-feira), a partir das 8h30min, no auditório da unidade, um ciclo de palestras para colaboradores, pacientes e acompanhantes. O evento promovido por meio do Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica (NHVE) da unidade contará com palestras com os temas “Infecção Latente de Tuberculose”, “Panorama atual da doença em Goiás” e “Dados epidemiológicos da Tuberculose no HDT”, ministrados pelo infectologista João Alves, enfermeiro do Programa Estadual de Controle de Tuberculose, Emílio Miranda, e coordenador do NHVE do hospital, José Geraldo Gomes, respectivamente.
No HDT, o Serviço de Controle da Tuberculose presta assistência hospitalar e ambulatorial aos pacientes e acompanhantes, trabalhando em conjunto com o Programa de Controle da Tuberculose (PCT) do Município e do Estado. De acordo com os dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH) da unidade, de 2013 a 2018, foram notificados 1217 casos da doença no HDT. A incidência maior foram nos anos de 2013 e 2017, ambos com 230 casos.
Doença – A transmissão da Tuberculose é direta, de indivíduo para indivíduo, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. A pessoa acometida pela doença em fase ativa expele gotas de saliva com o agente infeccioso ao falar, espirrar ou tossir, o que faz com que pessoas que estejam próximas aspirem.
Porém, de acordo com a organizadora do evento e médica infectologista do HDT, Luciana Oliveira, apenas 10% das pessoas expostas à bactéria desenvolvem efetivamente a doença. “Depois que a pessoa é contaminada pelo bacilo da Tuberculose, o próprio organismo tem a reação de tentar controlar a bactéria e deixá-la isolada. De 100 pessoas que se contaminam, 90 delas não desenvolvem a doença ativa. Entre os 10% em que a infecção se instala, 5% apresentam os sintomas em um prazo de 5 anos e os demais em um período ainda maior”, explica.
O tratamento da Tuberculose é realizado com o o uso de antibióticos e dura em média seis meses, podendo ser extendido para nove meses ou um ano.“Os pacientes portadores de Tuberculose Pulmonar e Laríngea ficam em isolamento com a precaução de aerosol. Mas, depois de 15 dias de iniciado o tratamento, os bacilos já não são mais contagiosos”, afirma a médica. Para que não haja resistência da bactéria, não pode haver abandono nem desistência do tratamento.
É importante destacar também que, mesmo depois de curada é preciso que se tome cuidados, pois em casos muito raros, a doença pode retornar em algum momento da vida caso ocorra uma queda de imunidade. “O indicado é que o paciente dê continuidade ao acompanhamento ambulatorial nos dois anos que seguem o fim da tratamento e também é preciso estar mais atento no caso de populações que são mais suscetíveis à Tuberculose”, orienta Luciana Oliveira. Segundo ela, se trata de pessoas vivendo com HIV-Aids ou Diabetes, portadores de doenças pulmonares, tabagistas, pessoas que vivem privadas de liberdade e a população indígena.