Hecad realiza primeira cirurgia de separação de siameses

A próxima quarta-feira, 11, é aguardada com muita expectativa pela família das gêmeas siamesas Valentina e Eloá Prado dos Santos, de 3 anos. Elas nasceram unidas por parte do tórax e abdômen e, após dois anos de acompanhamento médico, vão passar pela primeira cirurgia de separação no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), do Governo de Goiás. A operação será conduzida pela equipe do médico Zacharias Calil, composta por aproximadamente 50 profissionais.

As meninas nasceram em Guararema (SP), mas a família se mudou para Morrinhos, no sul de Goiás, para ficar mais próxima da unidade de saúde, uma das poucas no país que realiza o procedimento de separação, considerado de alta complexidade. Desde 2021, elas já passaram por diversos atendimentos até a colocação dos expansores, espécie de tecido que tem a função de estimular o crescimento da pele. “Estamos confiantes que já deu tudo certo”, disse o pai, Fernando de Oliveira dos Santos.

O cirurgião Zacharias Calil conta que as crianças dividem os intestinos grosso e delgado, fígado e genitália. Unidas pela bacia, ou seja, pelo osso ísquio, elas configuram um caso de gêmeas isquiópagas, classificado como um dos mais complexos da cirurgia pediátrica. “A expectativa é grande porque é uma cirurgia de alta complexidade. Apesar de nós já termos realizado várias cirurgias, essa será minha vigésima segunda, eu considero esse caso totalmente diferente devido à condição anatômica”, explica.

A cirurgia pode durar até 19 horas e será realizada por etapas, de forma que o nível de ligação entre os intestinos será determinante para a continuidade até a separação total. “Vamos torcer para que esses órgãos tenham uma união na parte mais baixa, que é o mais comum, para viabilizar a separação”, complementa. Além de Calil, uma equipe de aproximadamente 20 médicos das mais diversas áreas (Urologia, Cirurgia plástica, Ortopedia, Aparelho digestivo, Anestesiologia, entre outras) vai participar do procedimento, com apoio da Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Fisioterapia.

Segundo o diretor técnico do hospital, André Resende, esta será a primeira de muitas cirurgias de separação na unidade, inaugurada em janeiro de 2022. “Todas as equipes, assistenciais e de apoio, estão empenhadas na previsão e provisão de insumos e equipamentos necessários para que essa cirurgia tão esperada seja de grande sucesso. Foi importante a integração de todos os setores nesse processo para que tudo esteja alinhado. Desde já agradeço a todos pelo empenho em prol do nosso propósito que é cuidar de vidas”, reforça o diretor.

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Senado aprova projeto para proibir uso de celular em escolas

O plenário do Senado Federal aprovou, em votação simbólica, na noite de quarta-feira, 18, o Projeto de Lei 104/2015, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo de telefones celulares, nas salas de aula dos estabelecimentos públicos e privados de ensino infantil e médio de todo o país.

O texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, em votação terminativa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Apoiado pelo governo federal e por especialistas, o texto também teve rápida tramitação no Senado, indo direto para votação em plenário. Com a aprovação no Congresso, o projeto segue para sanção presidencial e poderá valer já para o ano letivo de 2025.

Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já possuem legislações que restringem uso de celular em escolas.

De acordo com o relator do PL no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), a medida não traz punições, mas “orienta uma política pública educacional”.

“Entre o início do período de aula até o final, o uso de celular está proibido, salvo questão de necessidade, como saúde. A regra é que o aluno deixe esse celular desligado, mutado, na sua mochila ou no estabelecimento que tiver espaço, e ele tenha concentração total na aula. É um projeto muito simples, ele quer resgatar a atenção do aluno, levar esse aluno a prestar atenção na aula”, argumentou o senador, durante a sessão de debates.

Apesar de ter obtido unanimidade entre os senadores, duas emendas chegaram a ser apresentadas. Uma delas, de autoria do senador Rogério Marinho (PL-RN), visava estabelecer a obrigatoriedade apenas no ensino infantil e fundamental, do 1º ao 9º ano, excluindo o ensino médio. O argumento do parlamentar era aplicar a política de forma gradual. A emenda acabou sendo rejeitada.

Uma outra emenda, de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE), chegou a ser apresentada, para obrigar a instalação de câmeras em salas de aula, mas, após os debates, o parlamentar retirou a proposta, para reapresentá-la na forma de um projeto de lei em separado.

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