Hemu realiza mais um parto bem-sucedido de gêmeas siamesas

Hemu realiza mais um parto bem-sucedido de gêmeas siamesas

O Hospital Estadual da Mulher Dr. Jurandir do Nascimento (Hemu) realizou mais um parto de gêmeas siamesas, no dia 11 de outubro. A unidade é referência em casos de média e alta complexidade em obstetrícia e neonatologia. Kátia Márcia Cardoso, 36, é natural do Mato Grosso, mas veio de Parauapebas (PA) e passou por uma cesariana que durou cerca de 1h30. O parto foi assistido por uma equipe multidisciplinar.

A equipe de obstetras contou com quatro profissionais, liderados pela médica Silvia Aguiar, experiente em partos de gêmeos conjugados. Mesmo com toda experiência, a médica diz que ainda sente uma inquietação

 “Quando você entra para o centro cirúrgico, gera uma ansiedade enorme. Uma coisa é ver as imagens do útero da paciente no ultrassom, outra é na hora que você realiza a cirurgia.”

Segundo a obstetra, esse foi o parto mais complexo que ela fez, em uma cesariana pfannenstiel – corte longitudinal e tradicional.

“A placenta estava recobrindo o colo do útero, e o receio era dela não se soltar. Mas, com muito cuidado, conseguimos fazer a soltura. Nossa preocupação era manter o útero da paciente contraído. Para isso, fizemos uma sutura de B-lynch, para controlar a hemorragia pós-parto. Foi bem complicado, mas o desfecho foi muito bom. Ficamos muito felizes”, comemorou.

GÊMEAS SIAMESAS

As irmãs Lara e Larissa nasceram com pouco mais de 34 semanas, unidas pelo tórax, abdômen e bacia. Juntas, elas pesaram 3,6 kg. Após o nascimento, as bebês foram encaminhadas para Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), onde seguem internadas, recebendo todos os cuidados necessários, com quadro de saúde estável. Elas recebem suporte respiratório e não têm previsão de alta.

A mãe, Kátia Márcia Cardoso, recebeu alta hospitalar na segunda-feira (16/10).

“Foi uma decisão bem assertiva em ter vindo para Goiânia. Fui muito bem recebida pelos médicos, enfermeiros e toda a equipe. Estava com medo, mas aqui, no hospital, eu senti confiança nos médicos. São especialistas nessa área e deu tudo certo. Estou muito feliz e agradecida a Deus e a vocês. Agora é torcer para uma boa recuperação das minhas filhas Lara e Larissa”, agradeceu, confiante.

HISTÓRIA

Kátia, casada e com outra filha, de 6 anos, chegou a Goiânia em 16 de setembro, com 31 semanas de sua segunda gravidez, para fazer o acompanhamento com  a equipe obstétrica do Hemu e o cirurgião pediátrico Zacharias Calil. O médico é especialista em casos de gêmeos siameses e pioneiro no procedimento de separação de siameses em Goiás.

Ao descobrir que estava grávida de siameses, Kátia pensou em ir para São Paulo, mas, ao pesquisar sobre o assunto, soube que Goiás é referência para partos e separação de gêmeos conjugados e que o dr. Zacharias Calil já fez várias separações com sucesso. Ela entrou em contato com o cirurgião pediátrico e conseguiu vir para Goiânia, hospedando-se na casa de apoio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

Desde então, Kátia passou por várias consultas e realizou uma série de exames, no Hemu, no intuito de verificar as condições das meninas, por onde eram unidas e o que compartilhavam. Após todos esses procedimentos, a equipe de obstetra, pediatra, cardiologista pediatra e anestesiologista do Hemu, e o médico Zacharias Calil, se reuniram e marcaram o parto, realizado com sucesso.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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