Hepatite: OMS pede atenção para ampliar tratamento da doença

No Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, lembrado hoje (28), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a necessidade de ampliar a testagem e o acesso ao tratamento contra a doença. De acordo com os dados mais recentes da entidade, em todo o mundo, menos de 20% das pessoas tinham acesso à testagem e a serviços de saúde específicos para hepatites em 2016.

Os números da OMS mostram que as hepatites B e C afetam 325 milhões de pessoas. Se não forem tratadas, as infecções podem provocar câncer de fígado e cirrose que, juntos, causaram mais de 1,3 milhão de mortes em 2015.

Um dos países mais atingidos pela hepatite é a Mongólia, onde mais de 10% dos 3 milhões de habitantes vivem com infecção crônica provocada pelo vírus. Em 2017, o país deu início a um programa que, ao longo do primeiro ano, testou mais de 350 mil pessoas. Mais de 70% delas foram diagnosticadas com a doença e passaram a receber tratamento para a infecção. A meta do governo local é testar 1,8 milhão de pessoas com mais de 15 anos para a doença.

Brasil

Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil registrou 40,1 mil novos casos de hepatites virais em 2017. Os casos de hepatite A, comumente transmitida por água e alimentos contaminados, mais que dobraram entre homens de 20 a 39 anos. No estado de São Paulo, o número saltou de 155 casos, em 2016, para 1.108 em 2017. O município de São Paulo, em 2017, notificou 786 casos de hepatite A, dos quais 302 foram atribuídos a transmissão sexual.

A vacina para hepatite A está disponível no SUS e é oferecida para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de idade incompletos. No estado de São Paulo, a vacinação também está disponível também para homens que fazem sexo com homens.

Em relação à hepatite B, o país registrou 14,7 mil casos em 2016 e 13,4 mil em 2017. A transmissão se dá por sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos perfuro-cortantes e por transmissão vertical (da mãe para o filho, durante a gestação).

A vacina para hepatite B está disponível no SUS para todas as pessoas. Em crianças, o esquema é feito em quatro doses, sendo a primeira ao nascer. Nos adultos que não se vacinaram na infância, são três doses. Em 2017, foram distribuídas 18 milhões de vacinas para todo o país e atualmente, 31,1 mil pacientes estão em tratamento para a doença.

A hepatite C acomete, principalmente, adultos acima de 40 anos. Foram notificados, desde o final da década de 90, 331,8 mil pessoas com a doença no país, sendo 24,4 mil casos registrados em 2017. O tratamento com os antivirais de ação direta, disponível na rede pública desde 2015, apresenta taxas de curas superiores a 90%. A doença é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos perfuro-cortantes.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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