Herdeira da Disney é presa em protesto contra jatos particulares

Uma herdeira da fortuna da Disney foi presa durante um protesto contra jatos particulares, no aeroporto regional de East Hampton, em Wainscott, Nova York. Abigail Disney, de 63 anos, é também uma ativista e, na última sexta-feira, 16, foi detida enquanto bloqueava o aeroporto juntamente com um grupo, que lutavam contra as “férias exclusivas de ricos investidores em combustíveis fósseis e poluidores que impulsionaram a crise climática”.

Abigail é sobrinha-neta de um dos maiores produtores cinematográficos do mundo, Walt Disney, o criador do Mickey Mouse. Além disso, seu avô é um dos cofundadores do conglomerado de entretenimento e irmão de Walt, Roy Disney.

A Fox News informou que Abigail fazia parte dos movimentos New York Communities for Change, Planet Over Profit e Sunrise Movement NYC.

Segundo ela, diante dos protestos, ela sabe como é difícil abrir mão de um luxo especial, já que ela é “uma pessoa que teve o privilégio de usar jatos particulares”. Abigail afirmou ainda que “já passou o tempo de emitir gases de efeito estufa como este apenas para nosso conforto pessoal”, em comunicado divulgado pela Disney no dia 14 de julho.

Para o protesto, a herdeira e os outros ativistas se sentaram em frente ao aeroporto com os braços conectados por tubos, em especial para a elite dos Hamptons. Para impedir, os policiais precisaram serrar os conectores.

Entretanto, Abigail já foi liberada e usou a rede social Twitter para desabafar. “Aos 63 anos, eu ainda não havia mostrado minha impressão digital, então eu fiz isso. Porque a última coisa que este planeta precisa é de bilionários expelindo gases de efeito estufa para chegar às suas casas de praia palacianas. Tão errado”, escreveu.

Ativismo

Ainda na nota, a herdeira ressaltou que a temperatura média do planeta tem atingido níveis históricos e que as ondas de calor e seca tem causado mortes e inundações. “Os 1% mais ricos usam tanto gás de efeito estufa quanto todos os 50% mais pobres. É hora de uma mudança real e este é o lugar mais óbvio para começar”, afirmou.

Ela tem como bandeira o ativismo climático e a taxação sobre riqueza. Em janeiro ela se juntou com outros 200 milionários que enviaram uma carta aberta ao Fórum Econômico Mundial pedindo que fossem mais tributados para o “bem comum”.

A herdeira revelou ainda para a BBC que sentia vergonha do sobrenome e que ficou aborrecida ao descobrir a fortuna herdada com o conglomerado Disney. Ela tomou conhecimento sobre os US$ 10 milhões que iria ganhar, aos 21 anos. “Eu fiquei tão aborrecida, tão aborrecida. Eu diria até traumatizada com o número”, disse.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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