Na tragédia que resultou na morte do policial civil Rodrigo Cabral, durante uma megaoperação na Penha, um sargento do Bope se destacou por seu heroísmo ao tentar resgatar o colega de profissão em meio ao fogo cruzado. A ação, que deixou um total de 121 mortos, sendo quatro deles policiais, comoveu não apenas a família de Rodrigo, mas também a toda a corporação envolvida no resgate.
O irmão de Rodrigo, Marcos Cabral, de 32 anos, esteve no quartel-general do Batalhão de Operações Policiais Especiais para expressar sua gratidão ao sargento Aroldo Evangelista, responsável por se arrastar sob tiros e granadas para tentar salvar o policial ferido. Em um relato emocionante, Marcos destacou a coragem e o sacrifício do sargento, que arriscou sua vida para proporcionar uma despedida digna a Rodrigo.
Rodrigo Cabral tinha 34 anos, era casado e pai de uma menina de 10 anos. Antes de ingressar na Polícia Civil, trabalhava com telecomunicações e decidiu seguir a carreira policial após uma preparação intensa de apenas quatro meses. Sua morte deixou um vazio na família, que não estava ciente de sua participação na operação na Penha. Marcos descreveu a relação próxima que tinha com seu irmão e a importância de Rodrigo em sua vida e na vida de seus filhos.
O sargento Aroldo Evangelista, protagonista do resgate de Rodrigo, descreveu a operação como um verdadeiro confronto, uma guerra em que a prioridade era salvar um companheiro em perigo. Ele relatou os momentos de tensão, com granadas explodindo e tiros cruzados, enquanto se arrastava até o local onde Rodrigo estava caído. A estratégia de resgate envolveu cálculos precisos e movimentos calculados segundo a segundo, visando garantir a segurança de todos os envolvidos.
A megaoperação na Penha foi marcada por um cenário de extrema violência, com facções utilizando armamento pesado, drones e barricadas para dificultar as ações das equipes de resgate e da polícia. O risco era iminente, e o heroísmo do sargento Aroldo se destacou em meio ao caos. A coragem e determinação demonstradas por ele durante o resgate de Rodrigo Cabral são um exemplo do profissionalismo e comprometimento das forças de segurança em meio a situações de extrema adversidade.
Embora a perda de Rodrigo Cabral tenha sido uma tragédia para sua família e para a corporação policial, a solidariedade e o reconhecimento mútuo entre os colegas de profissão proporcionam algum conforto em meio à dor. O gesto de gratidão de Marcos Cabral em relação ao sargento Aroldo Evangelista simboliza a união e a camaradagem que permeiam o ambiente de trabalho desses profissionais, mesmo diante dos desafios e perigos enfrentados no cumprimento de suas missões.
