Com tiranos não combinam brasileiros corações’: entenda simbologia por trás do Hino ao Dois de Julho
A Independência do Brasil na Bahia é celebrada anualmente no dia 2 de julho. O DE conversou com um mestre em História para entender as referências da música escrita por um militar. A vitória dos baianos, que expulsaram as últimas resistências portuguesas do país em 1823, é comemorada nessa data que marca a Independência da Bahia.
O Hino ao Dois de Julho, com letra composta pelo militar Ladislau dos Santos Titára e música por José dos Santos Barreto, narra o feito dos baianos nesse momento histórico. O mestre em História Rodrigo Lopes explicou ao DE as simbologias por trás da música e ressaltou a participação popular na resistência brasileira retratada na letra.
O sol brilha mais no 2 de julho do que no 1 de julho, pois marca o primeiro dia de liberdade dos brasileiros. A referência ao ”despotismo” e à ”tirania” faz alusão a Inácio Luís Madeira de Melo, militar português que enfrentou as tropas brasileiras em combates durante a Guerra da Independência da Bahia.
Na estrofe ”Cresce, ó filho de minha alma”, a população baiana é enaltecida por Rodrigo Lopes como aqueles que lutaram pela independência, participando ativamente do movimento. A conexão entre as personalidades históricas e as origens do povo baiano é simbolizada pela presença da cabocla e do caboclo nas comemorações.
”O Brasil já tem jurado”, faz menção a Dom Pedro, que proclamou a independência no Rio Ipiranga nove meses antes do feito baiano. Nas batalhas de Cabrito e Pirajá, os brasileiros finalmente garantiram a liberdade da pátria, segundo a última estrofe do Hino ao Dois de Julho.
A independência do Brasil só foi concretizada após a Bahia se tornar independente, já que nenhuma província brasileira permanecia sob controle português após o 2 de julho de 1823. É importante ressaltar a participação massiva popular na Bahia durante esse processo de emancipação.