Homem que matou esposa e duas filhas em Fortaleza é absolvido por insanidade
Crime aconteceu em 2020, em meio à pandemia de Covid. Justiça ordenou que homem fosse internado em hospital psiquiátrico. Perícia Forense e Polícia Civil investigam morte de mãe e filhas em Fortaleza — Foto: Rafaela Duarte/SVM
O auxiliar administrativo Antônio Humberto Santos, de 51 anos, preso por matar a própria esposa e as duas filhas na residência da família, em Fortaleza, foi absolvido pela Justiça do Ceará após exames comprovarem insanidade mental. A decisão judicial também ordenou que ele fosse internado em um hospital psiquiátrico.
O crime ocorreu na madrugada do dia 1º de maio de 2020, durante o período de isolamento decorrente da pandemia de Covid-19. Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Antônio Humberto matou a filha mais velha, de 12 anos, com uma facada; a filha mais nova, de 4 anos, foi asfixiada; e a esposa com um golpe na cabeça seguido de asfixia.
Antônio havia sido pronunciado pela Justiça – isto é, encaminhado para responder pelos homicídios no tribunal do júri – em outubro de 2024. Porém, em abril deste ano, a Justiça reconheceu o estado de insanidade mental do auxiliar administrativo e anulou a decisão de pronúncia.
O laudo psiquiátrico afirmou que Humberto apresenta um “quadro psicótico grave” e destaca que, durante todo o inquérito policial, ele apresentava comportamentos bizarros e mudanças de comportamento. Ele foi considerado inimputável e absolvido da acusação de homicídio qualificado e triplo feminicídio. A Justiça também ordenou sua internação em uma instituição psiquiátrica por pelo menos um ano, com realização de perícia médica anual para avaliar se ainda representa risco.
Antônio Humberto e sua esposa, Josélia Nunes Moura Santos, de 39 anos, ambos naturais do Piauí e residentes em Fortaleza por 11 anos, tinham duas filhas: Clara Mayelle Nunes Moura Santos, de 12 anos, e Yonara Antonele Nunes Moura Santos, de 4 anos. Dias antes do crime, ele buscou ajuda médica devido a pensamentos perturbadores, tomou medicação e tentou dopar as filhas e esposa sem sucesso.
O crime foi brutal, com Clara sendo esfaqueada no peito, Yonara asfixiada e Josélia recebendo golpes na cabeça e sendo asfixiada. Os corpos foram encontrados quase 24 horas depois por vizinhos que perceberam o odor da decomposição. Antônio Humberto confessou ter planejado o crime, considerando até incendiar a casa, e alegou que seu medo da pandemia o motivou, temendo que alguém pegasse o vírus e acabasse com a família.