Homem acusado de matar motorista de aplicativo é condenado a 27 anos de prisão

Nesta terça-feira, 1º de dezembro, em julgamento realizado no Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia, o  empresário Parsilon Lopes dos Santos foi condenado a 27 anos de reclusão pelo homicídio de Vanusa Cunhas Ferreira, ocorrido na madrugada de 19 de janeiro de 2019. O réu foi condenado também por ocultação de cadáver e estupro.

Os jurados acataram as teses do Ministério Público de Goiás (MP-GO), sustentadas pelo promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior: de homicídio com as qualificadoras de meio cruel, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, para assegurar a impunidade de outro crime e contra a mulher devido a condição de gênero (feminicídio). O júri rejeitou as teses da defesa, de negação, em relação aos outros dois crimes.

Na sentença, o juiz Leonardo Fleury Curado Dias, que presidiu a sessão, fixou as penas pelos crimes da seguinte maneira: 7 anos de reclusão pelo homicídio; 2 anos de reclusão mais 150 dias-multa pela ocultação de cadáver, e 8 anos de reclusão pelo estupro. O regime inicial do comprimento de pena do réu será o fechado. O magistrado manteve a prisão do réu. Negando a possibilidade de recorrer em liberdade.

Os crimes

Conforme a denúncia oferecida pelo promotor Milton Marcolino, o crime aconteceu na madrugada de 19 de janeiro de 2019, em uma chácara no Jardim Copacabana, em Aparecida de Goiânia. De acordo com a peça acusatória, Parsilon Lopes dos Santos matou a vítima depois de tê-la estuprado. Após isso, ele tentou esconder o corpo da vítima nos fundos da chácara, que acabou sendo encontrado no dia seguinte.

De acordo com o relatado pelo MP, a vítima, que era técnica de enfermagem, trabalhava no Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e prestava serviços de motorista de aplicativo. No dia do crime, Vanusa Cunha Ferreira saiu para fazer várias corridas para o denunciado. A pedido de Parsilon, ela foi buscar músicos no Terminal Rodoviário de Goiânia e os levou até um bar onde se encontrava o denunciado. Do local, ela levou os dois até a casa de outro músico, onde se arrumaram. Após isso buscou o denunciado e seguiram para a casa de shows, onde se apresentariam.

Ainda segundo o MP, após o show, de madrugada, Vanusa levou os quatro para a residência de um dos músicos, onde todos ficaram. O acusado seguiu para a chácara em que morava, para encerrar a corrida. No local, ele obrigou a vítima a entrar na casa, onde a estuprou, depois de dominá-la e espancá-la. De acordo com o promotor de Justiça, com “o intuito de ocultar o estupro cometido, o denunciado bateu a cabeça da vítima no chão por várias vezes, até deixá-la como morta”.

Parsilon Lopes, então, teria arrastado o corpo da vítima pela casa e jogou-o no fundo da chácara, visando ocultá-lo. Em seguida, teria utilizado o carro de Vanusa para fugir.

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Mergulhadores retomam buscas na ponte entre Maranhão e Tocantins

Mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros retomaram, na manhã deste sábado, 28, a busca por desaparecidos após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O trabalho foi suspenso ontem, 27, devido ao risco de desabamento do que sobrou da estrutura da ponte, que caiu no último domingo, 22.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que, após a chegada e instalação de equipamentos de precisão, verificou-se estabilidade na estrutura existente, permitindo a retomada dos trabalhos de busca. “Ressaltamos que o monitoramento da estrutura está sendo feito de forma contínua”, afirmou a autarquia.

As ações estão sendo feitas por equipes de mergulho em uma profundidade que varia de 20 a 60 metros.

A Petrobras e a Transpetro disponibilizaram um robô e equipes técnicas para ajudar nas buscas por vítimas da tragédia. Novos equipamentos da Marinha também chegaram nesta sexta-feira, 27, entre os quais, uma câmara hiperbárica e o regulador de mergulho independente, que tem o suprimento de ar feito por mangueiras que chegam à superfície. Com isso vai ser possível realizar o trabalho por um período maior.

São nove os mortos e oito os desaparecidos com o colapso da ponte. Uma pessoa foi resgatada com vida.

Hoje, a Marinha corrigiu o número de mortes, informando que, após a identificação do corpo encontrado no final do dia de ontem, 27, foi concluído que se tratava de uma das pessoas desaparecidas após a queda da ponte.

Na quinta-feira, 26, os mergulhadores localizaram os caminhões que transportavam agrotóxicos e ácido sulfúrico a uma profundidade de cerca de 35 metros no Rio Tocantins. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitiu um parecer técnico de que não há risco de contaminação da água e informou que testes continuarão sendo realizados.

O Dnit informou que uma força-tarefa se encontra na região em apoio à população, com a contratação de balsas para a travessia do rio, e no trabalho de apuração das causas da queda da estrutura. O governo federal destinará mais de R$ 100 milhões para as obras de recuperação e retirada dos escombros.

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