Homem atendido por abrigo em São José dos Campos incendia local matando 4

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Homem preso por incêndio que matou 4 em abrigo foi atendido pela instituição durante dois anos

Abrigo atende pessoas em situação de vulnerabilidade social, em São José dos Campos (SP). Quatro pessoas morreram e outras nove ficaram feridas após o incêndio.

Quatro pessoas morrem em incêndio em abrigo de São José dos Campos, SP — Foto: José Eymard/TV Vanguarda

Leandro Rangel Vilela, preso suspeito de causar o incêndio que matou quatro pessoas em um abrigo, em São José dos Campos, foi atendido pelo serviço de acolhimento da instituição por cerca de dois anos. Andréa Laporta, fundadora do abrigo, afirma que Leandro esteve no local horas antes do crime, sob efeito de drogas.

> “Ajudava, dava alimentação para ele todos os dias aqui. Mas logo ontem ele estava drogado, eu cheguei aqui depois da missa e falei pra ele assim: ‘Leandro, não dá pra você ficar entrando aqui para pegar comida porque tem um monte de pessoas lutando contra droga’. Só isso. Não briguei com ele, só falei isso. Ele disse que ficou com raiva e botou fogo à noite. Dois anos alimentando ele, um dia que neguei um prato de comida, ele fez isso”, disse Andréa Laporta.

O incêndio aconteceu na madrugada desta segunda-feira (10), no Centro. Ao todo, 22 pessoas estavam no abrigo e 18 sobreviveram. As vítimas são dois homens e duas mulheres de 61, 55, 53 e 50 anos. Nove pessoas ficaram feridas e foram levadas ao hospital da Vila Industrial. Entre elas, um bombeiro, que já recebeu alta. Não há informações sobre o estado de saúde das outras vítimas.

De acordo com a Polícia Militar, o incêndio foi criminoso. Leandro Rangel Vilela foi preso e vai responder pelos crimes de incêndio criminoso, homicídio e homicídio tentado. O DE não localizou a defesa dele até a última atualização desta reportagem.

O abrigo é mantido pela comunidade Consoladora dos Aflitos, que foi criada há 13 anos por católicos leigos, pra acolher pessoas em situação de vulnerabilidade, que vivem na rua ou que foram abandonados em hospitais, por exemplo.

A comunidade funciona de forma independente, com a ajuda de doações e das vendas do brechó, que funcionava ao lado do abrigo e que também ficou destruído. De acordo com Andréa, todos os mantimentos do abrigo foram perdidos.

“São pessoas abandonadas em hospitais, que a família não pode cuidar ou que não tem vínculo com ninguém. São pessoas abandonadas. Elas vêm de todas as cidades. Eu não tenho nem palavras. Agora eu não tenho fralda, remédio, roupa para cuidar deles. Queimou tudo”, disse Andréa.

O incêndio foi na madrugada desta segunda-feira (10). O abrigo fica na rua Sebastião Hummel, na região central. O prédio está interditado.

Seis pessoas que estavam no abrigo são acamadas e não têm possibilidade de locomoção. Algumas foram tiradas pelos bombeiros pelas janelas do prédio.

Dos 18 sobreviventes, oito foram socorridas ao pronto-socorro de São José dos Campos. Um bombeiro também precisou de atendimento médico.

“O abrigo tinha 22 pessoas. 18 saíram, foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros, e infelizmente quatro pessoas morreram nesse evento criminoso”, disse também o coronel Alan Kalczuk.

O abrigo foi interditado e passará por perícia da Polícia Civil, além de avaliações da Defesa Civil da cidade. Além disso, casas vizinhas, que ficam na rua Sebastião Hummel, na região central de São José, foram atingidas.

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