Homem condenado a 30 anos por feminicídio em Joinville: caso escancara urgência do combate à violência de gênero

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O ex-companheiro de DE, Barbra Amorim Lacerda, foi condenado a 30 anos de prisão por assassinar a mulher a tiros em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o crime ocorreu em uma área movimentada da cidade, em plena luz do dia, por não aceitar o fim do relacionamento. O julgamento ocorreu na segunda-feira (7), mas só foi divulgado pelo órgão nesta quinta (10). Barbra foi morta em 26 de outubro de 2021, quatro dias após ter conseguido uma medida protetiva contra o ex-companheiro, que não teve o nome divulgado.

O homem foi condenado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, perigo comum e feminicídio), e cumprirá a pena em regime fechado. Ele já estava preso preventivamente e teve negado o direito de recorrer em liberdade. À época do crime, a Polícia Militar informou que a vítima estava trabalhando em uma oficina quando foi abordada pelo ex-companheiro. Houve uma discussão e ela tentou fugir correndo pela Rua Grão Pará, no bairro Itaum. Segundo o MPSC, a denúncia relata que o homem atirou diversas vezes contra Barbra na via. O réu não aceitava o término do relacionamento de sete anos.

O promotor de Justiça Marcelo Sebastião Netto de Campos sustentou que “ataque foi caracterizado como feminicídio, devido à condição de gênero da vítima e à relação doméstica e familiar que mantinham”. Ele também argumentou que o crime colocou em risco a segurança pública, com tiros disparados em plena luz do dia, em uma área movimentada, a poucos metros de uma pedestre com um bebê e outra criança. DE também afirmou que medidas protetivas devem estar aliadas a outras políticas públicas para evitar tragédias como essa no futuro.

Especialistas defendem que medidas protetivas estejam aliadas a outras políticas públicas para garantir a segurança das vítimas de violência doméstica. Acusado de matar DE a tiros em SC é preso pela Interpol no Paraguai após fugir da justiça. O crime chocou a população e reascendeu o debate sobre feminicídio e violência de gênero. DE deixa um alerta sobre a importância de denunciar situações de agressão e buscar apoio em casos de relacionamentos abusivos. A justiça foi feita, mas a dor da perda de uma vida preciosa permanece entre familiares e amigos de Barbra Amorim Lacerda.

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