Homem é preso após chamar funcionária de mercado de ”preta nojenta”, em DF

Homem é preso suspeito

Homem é preso após chamar funcionária de mercado de ”preta nojenta”, em DF

Um homem identificado como Everardo Braga Lopes, de 60 anos, foi preso após cometer o crime de injúria racial contra a funcionária de um mercado, na região de Itapóa, no Distrito Federal. O caso aconteceu nesta quarta-feira (15), após ele se recusar a usar máscara facial dentro do estabelecimento.

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Evarardo se dirigiu até o caixa reclamando dos preços de alguns produtos do mercado e começou a ofender a funcionária, de 25 anos. Ele a chamou de ”preta, pobre, fedida e nojenta”, afirmou o delegado da 6ª Delegacia da Polícia (Paranoá), Paulo Henrique Silva, responsável pelas investigações.

Além das ofensas, o homem também puxou a máscara do rosto da vítima dizendo que ela fedia e que sua boca era preta. Com isso, colaboradores e testemunhas tentaram conter o homem, que dizia ser juiz e que ninguém poderia encostar nele.

Everardo foi preso pela Polícia Militar do DF (PMDF) e flagrante pelo crime de injúria racial e encaminhado imediatamente até a 6ª DP.

A vítima e testemunhas compareceram à delegacia para prestar depoimento. Por ser advogado, o suspeito foi preso em local separado e acionado pela OAB Seção de Prerrogativas do Advogado.

Defesa

De acordo com a defesa de Everardo Braga Lopes, ele não está preso pelo crime de injúria racial, considerado crime que cabe fiança e, sim, pelo descumprimento da medida protetiva em relação á lei Maria da Penha. Sua audição de custódia está marcada para esta sexta-feira (17).

“Everardo é um homem de bem, com 60 anos, e está passando por uma fase de depressão aguda, em relação ao término de uma relação longa, acompanhada de surtos. Na verdade, o que está acontecendo é que ele teve problema com o descumprimento da Lei Maria da Penha, então ele não está preso por racismo, e sim pelo outro crime”, disse a defesa.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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