Homem é preso após invadir creche em Senador Canedo

Um homem, aparentemente em surto, foi preso após invadir um CMEI no Setor Morada do Morro, em Senador Canedo, nesta quinta-feira, 13. De acordo com os policiais, ele estava sob efeitos de drogas.

No momento do ocorrido estavam presentes servidores e dois alunos da instituição. O homem teria pulado o muro, mas acabou sendo segurado pelo pai de um dos alunos enquanto funcionários chamavam a Guarda Municipal (GCM).

Para os policiais, ele contou que invadiu a instituição porque estava sendo perseguido.

Botões de pânico em instituições de ensino

Após o aumento de casos de violência e ameaças em instituições de ensino, três municípios de Goiás anunciaram na última semana a implementação de botões de pânico em unidades municipais. O dispositivo servirá para alertar as autoridades sobre eventuais episódios de violência ou de risco iminente.

Em Senador Canedo, a medida foi implementada de forma emergencial. De acordo com o Secretário de Segurança Pública e Mobilidade Urbana (SSPMU), Fabio Ramos, a ação já estava em análise mas foi antecipada devido ao aumento de casos.

“Hoje, nós estamos instalando esses botões nas unidades de saúde, mas para ajudar na segurança das escolas, vamos adiantar essa ação com esse trabalho de instalação na área da educação. Em um primeiro instante vamos instalar nas cinco instituições que já receberam algum tipo de ameaça e depois vamos passar para todas as escolas.” Segundo o prefeito Fernando Pellozo (PSD), o tempo de resposta da guarda civil é de três a seis minutos. A ação está sendo criticada por pais de alunos do município, que alegam que a medida ainda não foi implementada.

Outras medidas de segurança também serão adotadas, como vistoria de mochilas, detectores de metais, videomonitoramento e mais.

Asssista ao vídeo: 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp